Dólar tem leve alta à espera de BC e de olho no exterior

Publicado 26.12.2018, 13:22
© Reuters. Notas de real e dólar em casa de câmbio, no Rio de Janeiro
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Por Iuri Dantas

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar era negociado em alta ante o real nesta quarta-feira, com investidores de olho na movimentação política nos Estados Unidos, após ação do Banco Central no mercado para prover liquidez ao mercado.

Às 12h49, o dólar avançava 0,74 por cento, a 3,9256 reais na venda, após leilão de 2 bilhões de dólares com compromisso de recompra, em nova ação do Banco Central no mercado. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,5 por cento.

"Os mercados reagem às incertezas políticas nos EUA", escreveram analistas da XP.

Investidores acompanham desdobramentos de questões políticas desencadeadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, além da queda recente nas bolsas globais e no preço do petróleo como indicadores de desaceleração do crescimento mundial.

Enquanto negocia os termos de um acordo com a China para encerrar uma disputa comercial, Trump chegou a discutir reservadamente a demissão do chairman do Fed, Jerome Powell, e voltou a atacá-lo na véspera do Natal, dizendo que o banco central era o "único problema" da economia dos EUA.

A pressão de Trump para o Congresso aprovar recursos para construção de um muro na fronteira do México também levou a uma paralisação parcial do governo desde sábado, impasse que segundo ele seguirá até que haja dinheiro para a obra.

"Desde sua eleição em 2016, com maior ênfase a partir do fim de 2017, Trump tem sido um elemento de disrupção constante para o mercado financeiro americano e global", escreveu Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset.

"Um dos grandes baluartes da economia americana é a independência formal do banco central e o pedido constante de demissão de Powell por parte de Trump e suas reclamações com o Fed tem ecoado negativamente no mercado, levando à pior véspera de Natal das bolsas americanas", completou

Desde semana passada, o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, fez uma série de contatos para monitorar o mercado após o S&P 500 sinalizar que pode ter o pior mês desde a Grande Depressão, há quase um século.

© Reuters. Notas de real e dólar em casa de câmbio, no Rio de Janeiro

Após consultar a liquidez dos seis maiores bancos do país, Mnuchin ouviu dos reguladores financeiros que não há nada fora do normal nos mercados, movimento que deixou investidores receosos.

Nesta quarta-feira, o dólar voltava a cair contra uma cesta das seis principais moedas, em cenário de fuga do risco que também provocava compra de títulos do governo dos EUA.

O Banco Central brasileiro vendeu integralmente a oferta de 2 bilhões de dólares com compromisso de recompra, no sexto leilão da autoridade monetária em dezembro para aumentar a liquidez em momento de tradicional saída de recursos do país. Incluindo o leilão desta sessão, a autarquia ofereceu 7 bilhões de dólares em leilões do tipo em dezembro.

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