Por Claudia Violante
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar esboçou uma realização de lucros mais cedo, mas o movimento não se sustentou e a moeda voltava a operar em território positivo ante o real, a despeito de indicadores norte-americanos terem esvaziado as apostas de aumento da taxa de juros pelo Federal Reserve na próxima semana.
"O mercado está muito volátil, digerindo muitas informações", comentou o diretor de operações corretora Mirae Asset, Pablo Spyer
Às 11:10, o dólar subia 0,25 por cento, a 3,3515 reais na venda. Na mínima da sessão, o dólar marcou 3,3125 reais e, na máxima, 3,3681 reais. O dólar futuro subia 0,19 por cento.
A moeda chegou a abrir em baixa mas passou a oscilar entre altas e baixas até se firmar um pouco mais em alta, em meio a movimentos técnicos e com investidores aproveitando os preços mais baixos para se posicionar, bem como encerrar posições vendidas para reduzir ou zerar perdas. A pressão no mercado futuro também influenciava a cotação à vista.
"Se o preço ficar acima de 3,36 reais, que é um ponto forte de resistência no futuro, a pressão compradora no dólar à vista aumenta", disse um operador de uma corretora paulista para justificar a pressão compradora no meio da manhã.
O comportamento da moeda acabou ignorando os dados da economia dos EUA, que, na média vieram piores. Após a divulgação dos números, diminuíram as probabilidades de aumento da taxa de juros implicadas nos Fed Funds. Segundo o, no próximo encontro as chances estão agora em 88,6 por cento para manutenção.
De acordo com Pablo Spyer, em novembro a chance de alta de juro nos EUA está em 25 por cento e, em dezembro, de 50,1 por cento.
A produção industrial dos EUA caiu 0,4 por cento em agosto ante julho, pior que a projeção de recuo de 0,3 por cento capturada por pesquisa Reuters.
As vendas no varejo nos EUA caíram mais do que o esperado no mês passado, 0,3 por cento, ante previsão de recuo de 0,1 por cento e após alta de 0,1 por cento em julho.
Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego subiram em 1 mil, para 260 mil em dados ajustados sazonalmente na semana encerrada em 10 de setembro, informou o Departamento do Trabalho. Economistas consultados pela Reuters projetavam que os pedidos chegassem a 265 mil.
O desempenho do petróleo também está sendo acompanhado de perto pelos investidores, que aguardam ainda para esta quinta-feira pronunciamento do ex-presidente Luiz Inacio Lula da Silva após ter sido denunciado no âmbito da Lava Jato, na quarta-feira.
"A fala de Lula também pode adicionar volatilidade aos negócios", acrescentou Spyer.
O Banco Central vendeu nesta manhã todo o lote de 5 mil contratos de swap cambial reverso.