Washington, 27 ago (EFE).- A atividade econômica dos Estados
Unidos sofreu contração de 1% no segundo trimestre do ano, de acordo
com números provisórios divulgados hoje que coincidem com os
primeiros cálculos feitos há algumas semanas.
O Departamento de Comércio americano deve divulgar no dia 30 de
setembro os números definitivos do Produto Interno Bruto (PIB) do
segundo trimestre, no que será o terceiro e último cálculo deste
indicador.
Embora constatem que os EUA seguem em recessão, os números
divulgados hoje são muito menores do que os do primeiro trimestre,
quando a maior economia do mundo caiu 6,4%.
A maioria dos analistas esperava que o ajuste de números do
Governo mostraria uma taxa de contração de 1,5% entre abril e junho.
Portanto, os números publicados oferecem um panorama mais
propício para o segundo trimestre apesar da queda registrada no
consumo, que representa 70% do PIB americano.
Entre abril e junho, o consumo caiu 1%, após um aumento de 0,6%
no trimestre anterior. A cautela dos consumidores tirou 0,7 ponto
percentual do PIB.
Alguns analistas acham que não houve uma queda maior devido ao
ambicioso programa iniciado o Governo para incentivar a compra de
veículos novos, que dava a cada comprador US$ 8 mil em incentivos
fiscais.
O relatório do Governo americano mostra que o PIB se contraiu por
quarto mês consecutivo pela primeira vez desde a Grande Depressão
dos anos 1930. Comparado com um ano antes, o PIB real dos EUA caiu
3,9%.
A melhora econômica frente ao mês anterior foi possível graças ao
bom comportamento do comércio exterior, às liquidações de estoques
das empresas, ao forte aumento do gasto público e ao encarecimento
dos preços, que subiram 0,5% no trimestre.
Os lucros empresariais cresceram a uma taxa trimestral de 5,7%, o
que representa o aumento trimestral mais rápido em quatro anos. Um
trimestre antes, os lucros foram de 5,3%.
O comércio exterior foi o responsável pelo que houve de positivo
no segundo trimestre do ano. O déficit comercial - a diferença entre
exportações e importações - caiu em US$ 331,8 bilhões. Isso somou
1,6 ponto percentual ao crescimento do PIB.
Uma das incógnitas sobre a economia americana é a evolução do
mercado de trabalho, que ainda não se recuperou de vez apesar de
leves melhoras.
O Departamento de Trabalho dos EUA informou que houve dez mil
pedidos de seguro-desemprego a menos na semana passada. Apesar de
ter sido a terceira semana consecutiva de queda nesse dado, isso não
convenceu os analistas.
Alguns especialistas, incluindo funcionários do alto escalão do
Federal Reserve (Fed, banco central americano), consideram como
provável que o país esteja imerso em uma recuperação "sem emprego",
enquanto as empresas demoram para fazer contratações à espera de que
a expansão econômica ganhe força. EFE