Equador registra taxa de desmatamento mais alta da América Latina

Publicado 05.10.2011, 06:02
Atualizado 05.10.2011, 06:23

Martí Quintana.

Quito, 5 out (EFE).- O Equador possui uma das taxas mais altas de desmatamento da América Latina, com uma perda anual de entre 60 mil e 200 mil hectares de florestas nativas, fruto do corte ilegal, da expansão de cultivos e da pressão de empresas petrolíferas e mineradoras, afirmam os especialistas.

O país conta com aproximadamente 9,6 milhões de hectares de florestas primárias, segundo o governo, e é um dos países da região com mais variedade de árvores, devido à ampla diversidade climática de seu território.

Os ecossistemas vão desde o páramo andino ao tropical da Amazônia, onde se encontra o Parque Nacional Yasuní, considerado por cientistas como a área de maior biodiversidade do mundo.

No entanto, não há dados precisos que apontem a que ritmo toda essa riqueza está sendo destruída.

Com base em dados obtidos via satélite pelo Centro de Levantamentos Integrados de Recursos Naturais por Sensores Remotos (Clirsen) em 2000, a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) elaborou um relatório neste ano que estima a perda anual de florestas em quase 200 mil hectares.

Segundo a organização, o Equador sofre uma redução de 1,8% de suas florestas primárias ao ano, a taxa mais alta da América Latina, que registrou uma redução média de 0,4% anual, enquanto o índice mundial foi de 0,1%.

Por outro lado, o governo calcula uma perda muito menor do que a FAO, de cerca de 62 mil hectares ao ano.

"Temos um vazio de informações que certamente vai fazer com que esta taxa suba, talvez para 70 mil, mas não é como se pensava há dez anos", justificou à Agência Efe o gerente do programa "Socio Bosque", do Ministério do Meio Ambiente, Max Lascano.

Para Lascano, "a principal ameaça é a mudança do uso do solo", seguida pela "pecuária e as atividades extrativistas".

"Uma família de colonos chega à Amazônia, corta o que consegue de acordo com número de filhos que tem, substitui por pasto e no resto da floresta faz um desmatamento seletivo", indicou o diretor-executivo da ONG Nature and Culture International no Equador, Renzo Paladines.

Para ele, existem outras causas, como a mineração, que produz "contaminação das águas", a "falta de uma ordenação territorial" que permita tomar medidas contra o corte ilegal de árvores, assim como a expansão dos biocombustíveis.

"O preço do milho subiu de US$ 5 para US$ 15 por saco, isto provocou uma grande aceleração na devastação das regiões secas, como Manabí", relatou Paladines.

Natalia Bonilla, encarregada do programa de florestas da ONG Ação Ecológica, também apontou "as petrolíferas", e especialmente "a indústria madeireira" como causadoras da diminuição do volume florestal.

Em sua opinião, as empresas da madeira se beneficiam de um sistema de controle florestal "carregado de corrupção" e do uso de intermediários que contatam pequenos agricultores e compram os troncos em pequena escala.

Paladines explicou o suposto 'modus operandi' das companhias: "Uma empresa pede uma concessão e faz uma exploração mais ou menos sustentável, ou tenta fazê-lo, mas isto é uma parte mínima da grande maioria da exploração florestal, completamente informal e sem nenhum tipo de controle". EFE

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2025 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.