Arantxa Iñiguez.
Frankfurt (Alemanha), 16 ago (EFE).- A estagnação da economia alemã interrompeu três dias consecutivos de lucros na renda variável europeia, que reduziu as perdas na sessão da tarde pelos números de produção dos Estados Unidos.
Lisboa perdeu 1,42%, Frankfurt e Madri caíram 0,4%, Paris cedeu 0,25% e Londres, em movimento contrário, registrou leve alta de 0,1%.
O Euro-Stoxx 50, que reúne as maiores companhias da zona do euro, fechou estável. As bolsas europeias reduziram as perdas na sessão da tarde depois de a agência de medição de risco Fitch confirmasse a classificação máxima de "AAA", com perspectiva estável, da dívida dos Estados Unidos.
Há duas semanas, outra empresa de medição de risco, Standard and Poor's (S&P), rebaixou a nota da dívida americana para "AA+", com perspectiva negativa.
Soma-se a isso, outro dado positivo. A produção industrial nos Estados Unidos subiu 0,9% em julho, o maior aumento mensal desde dezembro. No mesmo período, no entanto, a construção de casas novas recuou 1,5%, queda inferior ao previsto.
Após o fechamento das bolsas europeias, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e a chanceler alemã, Angela Merkel, propuseram a instalação na zona do euro de "um verdadeiro Governo econômico" constituído por um conselho de chefes de Estado e de Governo com reuniões bianuais, o que pode ser interpretado como o primeiro passo para conseguir uma política econômica comum europeia.
O euro e os contratos futuros de mercados reagiram com altas. A moeda única aproximou-se de US$ 1,45, após conhecer os planos da França e Alemanha para a Europa.
A renda variável europeia havia apresentado perdas de 1,5% na sessão matinal pela estagnação da economia alemã, até agora locomotiva da zona do euro, e a referência negativa de muitos mercados asiáticos.
O Nikkei de Tóquio fechou com ganho de 0,23%, mas a maioria das bolsas de valores do Sudeste Asiático fechou com perdas, salvo Filipinas e Vietnã. Xangai concluiu o pregão com baixa de 0,71% e Hong Kong retrocedeu 0,24%.
Após grande começo no primeiro trimestre, a economia alemã surpreendeu os analistas e os mercados com crescimento de apenas 0,1% com relação ao trimestre anterior.
Os analistas tinham previsto uma reativação econômica entre abril e junho de 0,5%.
Além disso, o escritório federal de estatística revisou para baixo, em 0,02%, o crescimento da Alemanha no primeiro trimestre, para 1,3%.
O arrefecimento da economia alemã freou o crescimento do conjunto de países da zona do euro, que só subiu 0,2% no segundo trimestre, com relação ao trimestre anterior.
A Nokia ganhou 14,7%, para 4,3 euros, por rumores do interesse da Microsoft em adquirir a companhia finlandesa depois que a Google assumiu a divisão de celulares da Motorola.
Em Frankfurt, os títulos que mais caíam eram os cíclicos: o fabricante de veículos industriais MAN perdeu 3,2%, enquanto a companhia de abastecimento de energia RWE caiu 2,7%.
A Volkswagen subiu 0,4%, para 116,85 euros, após a divulgação dos bons números de vendas da marca principal em julho.
No entanto, a Fiat caiu 4,5%, para 4,96 euros, pela preocupação com relação às vendas na Europa e nos Estados Unidos, que poderiam não atingir os objetivos fixados.
A situação estabilizou-se nos mercados de renda fixa desde que o Banco Central Europeu interviesse e comprasse a dívida da Espanha e Itália no valor de 22 bilhões de euros.
A rentabilidade da dívida soberana espanhola para dez anos caía para 4,96% e da italiana, para 4,87%.
Além disso, o Tesouro espanhol ganhou 5,696 bilhões de euros em letras para 12 e 18 meses, com alta demanda - o que duplicou a quantia -, além de reduzir o interesse com relação ao pregão anterior. EFE