Paco G. Paz.
Washington, 9 out (EFE).- Os Estados Unidos conseguiram reduzir
em agosto seu déficit comercial, contra todas as previsão, em 3,5%
para US$ 30,7 bilhões, graças a uma forte queda na importação de
petróleo, informou hoje o Departamento de Comércio.
O déficit comercial, que mede a diferença entre as exportações e
as importações de bens e serviços, tinha ficado em US$ 31,9 bilhões
em julho, e a maioria dos especialistas esperava que em agosto
subisse para US$ 33 bilhões.
Estas perspectivas se apoiavam no encarecimento dos combustíveis,
visto que o preço do petróleo subiu em média em agosto US$ 2,27 para
US$ 64,7 por barril, o número mais alto desde novembro.
O lógico é que este aumento fizesse subir a conta das
importações, mas não foi assim, já que a alta dos preços foi
compensada por uma forte queda no volume de compra de petróleo do
exterior.
O volume de petróleo importado caiu para 8,7 milhões de barris
por dia, frente aos 9,6 milhões de julho.
No total, a fatura de compra de petróleo diminuiu US$ 1,280
bilhão em relação ao mês anterior.
Os números divulgados hoje pelo Departamento de Estado mostram
que o total das importações de bens e serviços em agosto caíram US$
913 milhões, 0,6%, para US$ 158,9 bilhões.
As exportações, por sua parte, aumentaram em US$ 228 milhões,
0,2%, para US$ 128,2 bilhões, a maior número desde o começo do ano.
Os analistas veem o aumento nas vendas ao exterior como um novo
indício de que a economia mundial está se recuperando da pior
recessão desde os anos 30, e como uma amostra de que as exportações
podem ajudar os EUA a abandonarem a contração e começarem a crescer
de novo.
De fato, os especialistas acreditam que a maior economia do mundo
poderia crescer no terceiro trimestre a um ritmo anual de 3,5%, no
que seria o maior aumento no último ano.
Parte desta melhora econômica deveria ser apoiada no comércio
exterior, segundo opinam os especialistas, após um ano em que as
exportações se ressentiram da crise financeira mundial.
Nos oito primeiros meses do ano, as exportações reais - uma vez
descontada a inflação - se encontram 18% abaixo de há um ano, e as
importações 20%.
Por regiões, o superávit dos países da América Latina e do Caribe
em seu comércio de bens com os EUA subiu 10,8% em agosto com relação
ao mês anterior, ficando em US$ 3,788 bilhões.
Estes dados incluem só o comércio de bens, porque o Departamento
de Comércio não oferece dados mensais da troca de serviços.
Nos oito primeiros meses do ano o superávit da região somou US$
27,529 bilhões, o que representa 58,8% menos que no mesmo período de
2008.
Em agosto, 8,4% do déficit total no comércio de bens dos EUA, que
somou US$ 44,866 bilhões, vem de suas trocas com a América Latina.
Se forem excluídos México e Venezuela, ambos os exportadores de
petróleo, a região em conjunto registrou em agosto um déficit em sua
balança comercial com os EUA.
A União Europeia registrou em agosto um superávit com os EUA de
US$ 5,438 bilhões, 31% menos que no mês anterior.
De janeiro a agosto, os países da União Europeia acumulam
superávit de US$ 37,259 bilhões com os Estados Unidos, contra o de
US$ 65,516 bilhões do mesmo período no ano anterior.
A Espanha, por exemplo, registrou superávit com os Estados Unidos
de US$ 35 milhões em agosto de 2009, frente aos US$ 12 milhões do
mês anterior.
O déficit que os EUA têm com o Leste da Ásia na compra-venda de
bens se reduziu de 2,3% em agosto com relação ao mês anterior, para
US$ 24,681 bilhões.
Deste número, um total de US$ 20,232 bilhões correspondem à
China, país que, por si só, representa 45% do déficit de bens que os
EUA têm com o resto do mundo. EFE