Washington, 8 abr (EFE).- O ultimo relatório dos Estados Unidos sobre os direitos humanos no mundo ressalta os avanços de Colômbia, Guiné e Indonésia, assim como a força dos movimentos sociais que estão em andamento em alguns países árabes.
O relatório do Departamento de Estado, que agora será enviado ao Congresso, avalia as "notáveis melhoras" registradas na Colômbia sob o Governo de Juan Manuel Santos, assim como a instauração do primeiro presidente eleito democraticamente na Guiné desde a independência da França em 1958.
Outro país que recebeu a aprovação dos EUA em matéria de direitos humanos foi a Indonésia, que, segundo o relatório, vem seguindo os princípios do Estado de Direito, da liberdade de imprensa e do crescimento da sociedade civil.
Embora o relatório esteja centrado nos acontecimentos de 2010, em sua introdução fala sobre os movimentos sociais que começaram no início deste ano em Tunísia e Egito.
"Neste momento não podemos prever qual será o resultado destas mudanças, nem saberemos os efeitos duráveis nos próximos anos", reconhece o Departamento de Estado no relatório.
No entanto, avalia as mudanças em Tunísia e Egito, onde o povo reivindica "uma maior participação política e oportunidades econômicas".
"Estas reivindicações são profundas e estão sendo lideradas por novos ativistas, muitos deles jovens".
No relatório, o Governo americano reconhece que as mudanças nestes países não virão da noite para o dia, dado que "a transição para a democracia não é automática e requer tempo e muita atenção".
No entanto, reconhece que há uma tendência generalizada de melhora no mundo, que não se restringe aos países árabes, e que está marcada por dois fatores: a proliferação do uso da internet e das redes sociais, além do surgimento de ONGs centradas na defesa da democracia e dos direitos humanos.
O relatório, no entanto, denuncia a ação de alguns Governos para limitar o acesso à internet como uma repressão das liberdades de comunicação e de expressão.
Segundo os EUA, são mais de 40 países os que estão utilizando algum tipo de restrição ou barreira técnica para controlar o acesso à internet, reprimir a liberdade de expressão e violar a privacidade dos internautas, como Arábia Saudita, Sudão, China e Vietnã.
Outra tendência negativa é a "contínua escalada da violência, da perseguição e da discriminação social e oficial de alguns grupos vulneráveis, de ordem racial, religiosa ou étnica", e que também se estende em alguns países a mulheres, crianças, pessoas com deficiência, indígenas e homossexuais.
Alguns dos casos que mais chamam a atenção são a opressão da liberdade religiosa no Paquistão, as políticas discriminatórias na Arábia Saudita, o movimento antissemita que percorre alguns países árabes, entre outros.
Os EUA também revelam preocupação com a exploração de trabalhadores em alguns lugares do mundo, como Uzbequistão e Bangladesh. EFE