Bruxelas, 17 jun (EFE).- Os líderes da União Europeia (UE) deram
hoje outro passo para a estabilização e reforma da economia
europeia, com a decisão de publicar as provas de solvência dos
bancos e com a adoção de uma nova estratégia a favor do crescimento
e do emprego.
Após um semestre de crise, no qual tiveram que improvisar 'de
última hora' o resgate da Grécia e um mecanismo de estabilização
financeira multimilionário para o conjunto da zona do euro, os
governantes da UE puderam se concentrar hoje em desafios com prazo
mais longo.
"É a primeira cúpula normal desde que assumi o cargo", ressaltou
Herman Van Rompuy, que desde janeiro é presidente do Conselho
Europeu, do qual fazem parte os 27 chefes de Estado e Governo da UE.
A instabilidade que segue preocupando o sistema bancário europeu
ocupou, no entanto, boa parte dos debates dos líderes, que
concordaram em introduzir uma taxa para os bancos para custear
futuras crises e decidiram levar essa colocação à próxima cúpula do
Grupo dos 20 (G20, bloco de países ricos e principais emergentes).
"Nossa prioridade é ter um sistema bancário sólido e saneado.
Decidimos que os chamados 'testes de resistência' dos bancos serão
publicados no máximo na segunda metade de julho", anunciou Van
Rompuy.
A medida, proposta pelo primeiro-ministro espanhol, José Luis
Rodríguez Zapatero, obteve o respaldo de todos os líderes, entre
eles a chanceler alemã, Angela Merkel, pela necessidade de cortar
pela raiz os rumores das últimas semanas sobre a Espanha.
A publicação dos resultados "deve tranquilizar os investidores,
eliminando os receios sem fundamento no setor", explicou o
presidente da Comissão Europeia (CE), José Manuel Durão Barroso.
Os 27 chefes de Estado e Governo aprovaram as novas prioridades
econômicas para o período 2010-2020, com as quais se pretende
recuperar o crescimento sustentável e a criação de emprego.
Em suas conclusões, o Conselho admite que a crise mostrou
debilidades claras em seu Governo econômico, em particular no que
diz respeito à supervisão orçamentária e macroeconômica.
Os Governos europeus se comprometeram a supervisionar mais de
perto os orçamentos nacionais e a vigiar desequilíbrios internos.
Os europeus também têm a intenção de reforçar o pacto de
estabilidade e crescimento, que fixa as regras de disciplina
orçamentária, tanto em sua fase preventiva como corretiva, o que
implica introduzir "sanções" cuja natureza será definida pela
Comissão antes de meados de setembro.
"Temos que evitar criar linhas divisórias entre os 27 membros da
UE e os 16 da zona do euro. Por isso, os governantes da zona do euro
só se reunirão quando necessário", explicou o presidente do
Conselho, que seguirá dirigindo essas reuniões.
A administração econômica, argumentou, "deve ser realizada de
acordo com as regras das instituições estabelecidas pelo Tratado de
Lisboa. Não há necessidade de criar novas instituições. Devemos
essencialmente trabalhar melhor juntos", disse.
"Chegamos a um acordo sobre o princípio de uma taxa aos bancos,
que contribuirá para reverter a situação da crise financeira e dará
maior estabilidade ao sistema", explicou o dirigente comunitário
sobre a ideia que será levada ao G20. EFE