Viena, 11 mai (EFE).- O mundo, com a exceção da Europa ocidental
e os países ricos da Ásia, consumirá mais petróleo em 2010 do que o
previsto, conforme a análise do mercado que a Organização dos Países
Exportadores de Petróleo (Opep) tornou público hoje.
Pelo novo levantamento, a demanda será de 85,38 milhões de barris
diários (mbd).
A revisão em alta é moderada, apenas 180 mil barris diários (ou
0,2%) sobre os cálculos que a Opep realizou em abril, mas segue
apoiando a ideia de que a economia mundial está saindo da crise que
atingiu a demanda petrolífera em 2009.
De fato, o relatório de hoje revisa para baixo o consumo de
petróleo no ano passado e a situa em 84,44 mbd, 1,7% inferior a de
2008.
Os novos dados indicam que durante o ano o consumo será 1,12%
superior ao de 2009, recuperando, se não totalmente, boa parte da
queda de 2009.
Nesse sentido, o reporte do grupo petroleiro mantém a previsão de
que a economia mundial crescerá 3,5% em 2010, com o Japão, China e
os Estados Unidos, puxando essa recuperação, enquanto a zona do euro
fica atrás.
Enquanto a Opep prevê avanços no consumo de petróleo nos EUA,
Ásia e América Latina, as expectativas para a Europa ocidental é de
queda de 3% com relação a 2009.
"Na Europa, a perspectiva é mais dramática, com baixas do consumo
de petróleo em quase todos os países", coloca o relatório.
A análise destaca que na Alemanha, o maior consumidor europeu,
tanto a redução da atividade industrial quanto a baixa do uso do
gasóleo de calefação, apesar do inverno, são responsáveis da queda
no consumo.
Dessa forma, só as nações desenvolvidas do Pacífico (com uma
queda de 0,15%) acompanham aos países ricos da Europa nessa queda do
consumo.
Por isso, a Opep coloca sua maior esperança nos EUA, do que diz
"dependerá principalmente" a previsão de demanda em 2010.
"Se a demanda nos Estados Unidos cair ligeiramente e ficar menor
do que o esperado durante o pico de consumo no verão, a demanda
total mundial de petróleo será menor do que estimado atualmente",
assinalam os analistas da Opep.
Em geral, advertem que a recuperação econômica e a do consumo de
petróleo estão ainda na corda bamba.
"Embora a recuperação econômica mostre sinais de uma crescente
velocidade, seguem existindo riscos que poderiam afetar às
expectativas de crescimento", indica o reporte.
Sobre esses perigos, a Opep se refere a que "os desafios da
dívida soberana nos países desenvolvidos, a capacidade da China de
evitar o superaquecimento (da economia) e as persistentes e elevadas
taxas de desemprego precisam de acompanhamento".
Com relação à provisão, a Opep estima que seus concorrentes serão
capazes de bombear até 51,67 mbd, o que unido aos 29,2 mbd que o
grupo energético bombeou em abril e outras fontes secundárias,
garante a demanda.
A Opep calcula que a demanda de petróleo alcançará os 28,8 mbd,
apenas acima da cota oficial de 28,4 mbd que bombeiam todos os
países do grupo, sem contar ao Iraque. EFE