Viena, 18 jul (EFE).- As ex-repúblicas soviéticas da Europa
Oriental e Ásia Central constituem as únicas regiões do mundo onde
as taxas de infecção da Aids seguem crescendo, advertiu hoje um
documento oficial da conferência Aids 2010 em Viena.
Em 2008 havia 1,5 milhão de pessoas entre a Ucrânia e o
Cazaquistão que estavam infectadas, o que constitui uma alta de 66%
com relação a 2001.
Nesses países, a epidemia está concentrada em pessoas que se
injetam drogas, prostitutas e pessoas com as quais mantêm relações
sexuais, com um aumento significativo entre as mulheres.
O estudo ressalta que a Rússia e a Ucrânia vivem epidemias de
especial dureza, cujo número total de doentes constitui 90% dos
doentes de Aids na região.
A situação calamitosa da Aids e sua rápida propagação nesses
países é precisamente um dos enfoques da conferência internacional
de seis dias que começou hoje em Viena.
Também denunciam que as pessoas que usam drogas sofrem
discriminação global, mas que tanto a escala como o grau de
estigmatização são excepcionalmente estendidos na ex-União
Soviética.
Além disso, aos drogados frequentemente são negados os serviços
que outros cidadãos têm, da saúde até o atendimento legal, apesar
dos direitos constitucionais vigentes nesses países.
Apesar do aumento do número de pessoas que receberam tratamento
contra o HIV nos últimos anos, o acesso aos remédios
anti-retrovirais continua sendo relativamente baixo nesses países.
O estudo precisa que em 2007 se estimava que apenas na Rússia,
dos 940 mil infectados com o HIV, 416 mil pessoas figuravam como
doentes, sendo os custos o principal obstáculo para receber
tratamento.
Ao menos 1,1% dos russos adultos está infectado com a Aids,
enquanto na vizinha Ucrânia esse número passa para 1,6%.
Em outros países da região os números de doentes de HIV são
igualmente preocupantes: 13 mil em Belarus, 12 mil no Cazaquistão e
16 mil no Uzbequistão. EFE