Fed mantém juros baixos e aponta reativação econômica nos EUA

Publicado 16.12.2009, 19:30

Washington, 16 dez (EFE).- O Federal Reserve (Fed, banco central americano) decidiu hoje manter a taxa básica de juros abaixo de 0,25%, dando seguimento a política monetária que implementa há um ano, e indicou que percebe sinais de reativação econômica.

O Comitê de Mercado Aberto do Fed, que dirige a política monetária dos Estados Unidos, concluiu a reunião, que durou dois dias e foi a última do ano, assinalando que manterá "por um período extenso" a facilidade de crédito.

"A despesa familiar parece estar crescendo a uma taxa moderada, embora siga limitada pela fragilidade do mercado de trabalho, o modesto crescimento da renda, a desvalorização do patrimônio e as restrições do crédito", aponta o comunicado emitido ao fim da reunião.

A nota acrescenta que "as empresas seguem restringindo seu investimento fixo e se mantêm reticentes em aumentar o número de empregados". No entanto, segundo os membros do comitê que aprovaram unanimemente a declaração, "a deterioração do mercado de trabalho está se aliviando".

O índice de desemprego em novembro foi de 10,2%, mas desde maio a perda líquida mensal de postos de trabalho diminui.

O presidente do Fed, Ben Bernanke, que amanhã terá pela frente a votação no Comitê de Bancos do Senado para a confirmação de uma segunda gestão sua à frente do banco central americano, disse que a reativação econômica "ainda encontra obstáculos".

No segundo trimestre a atividade econômica cresceu a uma taxa anual de 2,8%, o primeiro aumento em um ano.

O comunicado diz que "a inflação se manterá moderada por certo tempo".

O Departamento de Trabalho, que ontem informou sobre o aumento em novembro de 1,8% do Índice de Preços ao Produtor (IPP), notificou hoje que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu esse mesmo mês 0,4%.

Em um ano o IPC subiu 1,8% e o IPP aumentou 2,4%.

Uma diferença no comunicado de hoje em relação aos anteriores foi que o Fed mencionou todos os mecanismos de empréstimo que instaurou para enfrentar a recessão iniciada há dois anos, e marcou as datas de expiração.

Nenhuma das datas é nova, mas ficou claro que o BC não tem intenções de estender esses programas que injetaram cerca de US$ 1 trilhão nos mercados financeiros.

O Fed indicou que continuará a compra de ativos respaldados por hipotecas, em um programa de US$ 1,25 trilhão, e de US$ 175 bilhões em dívida de agências durante o primeiro trimestre do próximo ano.

Os indicadores divulgados esta semana levaram os economistas do J.P. Morgan e do Goldman Sachs a melhorar em um ponto percentual suas previsões de crescimento econômico durante o quarto trimestre.

O J.P. Morgan calcula que a atividade econômica entre outubro e dezembro crescerá a uma taxa anual de 4,5%, e os economistas do Goldman Sachs elevaram sua previsão de 3% para 4%.

A despesa dos consumidores, que nos EUA equivale a quase 70% da atividade econômica e durante a recessão teve sua maior contratação desde 1980, subiu a uma taxa anual de US$ 9,25 trilhões no terceiro trimestre.

Porém, esteve ainda abaixo do ápice de US$ 9,36 trilhões atingido no quarto trimestre de 2007, pouco antes de começar a recessão mais longa e profunda que os EUA enfrentaram desde a Grande Depressão dos anos 1930. EFE

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