Havana, 28 abr (EFE).- O ex-presidente cubano Fidel Castro acusou os Estados Unidos de promover a derrocada do Governo de Hugo Chávez em seu último artigo, no qual também ressalta a atitude "heroica e disciplinada" do líder venezuelano perante sua doença.
No texto publicado neste sábado pela imprensa oficial cubana, Castro afirma que Chávez "se diverte com a baixeza e as calúnias dos porta-vozes da oligarquia e do império", e diz que "o inimigo" multiplica esforços para "caluniar e golpear" o Presidente da Venezuela.
"Não vacilo em afirmar minha modesta opinião, de que a oligarquia jamais poderia governar de novo este país. Por isso, é preocupante que o Governo dos Estados Unidos tenha decidido em tais circunstâncias promover a derrocada do Governo bolivariano", afirma Castro.
O líder da revolução cubana afirma que há uma caluniosa campanha sobre a existência de uma desesperada luta pela tomada do comando do Governo na Venezuela se o Presidente não superar sua doença.
Castro, de 85 anos e afastado do poder desde 2006, adverte que "um erro de Obama, em tais circunstâncias, pode ocasionar um rio de sangue na Venezuela".
"O sangue venezuelano é sangue equatoriano, brasileiro, argentino, boliviano, chileno, uruguaio, centro-americano, dominicano e cubano", afirma.
Além disso, o ex-presidente cubano acredita que todos os latino-americanos, e de forma especial Cuba, serão afetados pelo processo que acontece na Venezuela.
Ao referir-se à saúde do presidente Hugo Chávez, ele afirma que o líder venezuelano cumpriu estritamente com as medidas pertinentes sem deixar de atender seus deveres como chefe de Estado e líder do país.
O presidente Chávez viajou a Cuba constantemente nos últimos meses para receber um tratamento contra o câncer. EFE