Istambul (Turquia), 4 out (EFE).- O diretor do departamento das
Américas do Fundo Monetário Internacional (FMI), Nicolás Eyzaguirre,
disse hoje que a Argentina tem a "obrigação" de permitir ao
organismo revisar sua economia, e alertou que o país terá um
crescimento baixo devido à falta de acesso aos mercados financeiros.
Eyzaguirre qualificou essa revisão como "uma oportunidade para o
país, mas também sua obrigação", pois, por esse mecanismo, a
Argentina comunica ao mundo através do FMI seus planos econômicos.
Neste sentido, o economista chileno disse, em entrevista
coletiva, que é "um pouco estranho" que o país participe das
conversas do Grupo dos Vinte (G20, os países ricos e os principais
emergentes) e do FMI, e conheça a política econômica dos outros
países, mas não exponha a sua.
Nesses fóruns, os países-membros explicam seus planos, mas de
forma superficial.
Por outro lado, a Argentina não permite desde 2006 a análise em
profundidade de sua política fiscal e monetária pelos analistas do
FMI, que deve ser anual.
O Governo de Buenos Aires se aproximou de novo do FMI como parte
de uma estratégia para emitir dívida de novo nos mercados
financeiros, e está em conversas com o organismo há meses sobre como
será realizada a revisão.
O secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner, pediu hoje
no Comitê Monetário e Financeiro Internacional, o principal órgão
diretor do FMI, "que todos os países permitam a publicação das
revisões anuais".
Geithner, que não mencionou a Argentina, disse que a
transparência é chave para que o FMI seja eficaz em suas tarefas de
supervisão.
Eyzaguirre enfatizou que a revisão "não é uma auditoria" e que se
trata de um "diálogo" dos economistas do Fundo com as autoridades.
EFE