Atenas, 7 abr (EFE).- Uma equipe de analistas do Fundo Monetário
Internacional (FMI) inicia hoje em Atenas sua missão para avaliar as
políticas do Governo grego para colocar fim no grave endividamento
do país e oferecer assistência técnica.
O Ministério das Finanças grego informou que os analistas do FMI
se reúnem ao meio-dia com o ministro Yorgos Papaconstantinou, em um
encontro que pretende "prestar assistência técnica" e "formular
propostas sobre os orçamentos e o sistema tributário".
Segundo comunicado do Ministério, entre as sugestões estão um
acompanhamento mensal do cumprimento do controle de despesas, maior
transparência fiscal, estabelecimento dos orçamentos para três anos
em cada Ministério, e um maior papel de controle do Parlamento grego
no cumprimento orçamentário.
Além disso, o FMI tem sugestões sobre a reforma do sistema
tributário para os próximos dois anos, a cobrança de impostos às
empresas, medidas contra a evasão de impostos e mecanismos para
cobrar as dívidas ao Estado.
Um porta-voz do Ministério explicou hoje à Agência Efe que "a
visita do FMI tem caráter de apoio técnico e não de inspeção".
Esta missão é a primeira após a aprovação de um mecanismo de
respaldo à Grécia por parte de Bruxelas em 25 de março.
Os líderes europeus acordaram apoiar à Grécia, com a colaboração
do FMI, e submeter ao país a um estreito controle de sua estratégia
de economia e redução do déficit.
Nesse sentido, a Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o
FMI organizarão uma visita de controle o próximo mês de maio,
segundo informaram em Atenas fontes oficiais.
O próprio ministro das Finanças grego reconheceu ontem à noite no
canal "Mega" que "o problema do país é imenso", mas afirmou que a
Grécia não recorrerá a ajudas do FMI e que "não há razão alguma para
iniciar o mecanismo europeu" de ajuda.
Os rumores ontem, desmentidos depois oficialmente, que Atenas
poderia prescindir da supervisão do FMI disparou a preocupação na
bolsa e fez subir o preço da dívida grega.
Papaconstantinou reconheceu que o déficit fiscal para 2009 será
finalmente de 12,9%, 0,2 pontos acima das previsões iniciais. Isso
sim, o ministro se manteve firme na intenção de reduzir o déficit ao
8,7 em 2010. EFE