Washington, 14 mai (EFE).- O Fundo Monetário Internacional (FMI)
pediu hoje que os países desenvolvidos reduzam seu déficit em 8,75
pontos percentuais de seu Produto Interno Bruto (PIB) na próxima
década, para que a dívida caia para 60% do PIB, apesar de a
recuperação econômica ter aumentado a arrecadação tributária.
Como grupo, as dívidas dos países ricos cairão quatro décimos
este ano, mas a redução se deve unicamente à redução da ajuda ao
setor financeiro nos Estados Unidos, acrescentou o FMI, que publicou
hoje dois relatórios sobre a situação fiscal no mundo.
Se esse fator fosse suprimido, os déficits dos países
desenvolvidos seriam maiores em 2010 que em 2009, apesar da retomada
do crescimento econômico.
Por isso, a entidade multilateral pediu planos às nações
desenvolvidas para sanar as contas públicas e que os países que já
percebem a pressão fiscal adotem medidas imediatas.
O FMI recomendou elevar em dois anos a idade para a aposentaria,
diminuir as verbas de salários para funcionários públicos, o
investimento social, os subsídios agrícolas e o orçamento militar.
Também aconselhou subir os encargos sobre os bens imobiliários, o
tabaco, o álcool, os combustíveis e o Imposto sobre o Valor Agregado
(IVA).
Além disso, o FMI sugeriu taxar as emissões de poluição ou
leiloar as permissões para emitir gases que agravam o efeito estufa,
o que, além de melhorar o meio ambiente, seria uma nova fonte de
renda para os Governos.
"Esse ajuste não é impossível", declarou hoje, em entrevista
coletiva, Carlo Cottarelli, diretor do departamento de assuntos
fiscais do FMI.
Já nos países emergentes, os déficits caíram mais lentamente que
o previsto, mas, mesmo assim, a situação é melhor, segundo o FMI.
Os Governos de países emergentes devem descer a brecha
orçamentária em 2,2 pontos percentuais do PIB, o que deixaria sua
dívida em 40% do PIB, de acordo com dados da entidade. EFE