Washington, 17 abr (EFE).- A economia mundial se fortaleceu desde janeiro e crescerá 3,5% em 2012 e 4,1% em 2013, impulsionada pela melhoria dos índices dos Estados Unidos e pela "suave aterrissagem" da China, segundo o relatório "Perspectivas Econômicas Globais" publicado nesta terça-feira pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).
Na comparação com os dados antecipados pelo FMI em janeiro deste ano (3,3% e 3,9%), os números mundiais subiram, assim como na zona do euro, que apresentou uma leve revisão de alta. No entanto, o Fundo mantém a perspectiva de recessão em 2012 na região.
De acordo com os dados da organização internacional, a economia da UE sofrerá uma contração de 0,3% em 2011, enquanto a previsão anterior era de 0,5%. Apesar de ressaltar o "enfraquecimento" do velho continente, para 2013 a perspectiva é de crescimento de 0,9%, contra a previsão anterior de 0,8%.
A revisão da economia global foi motivada pelos recentes dados econômicos dos Estados Unidos, a força das economias emergentes diante da redução da demanda das desenvolvidas e as políticas tomadas pelas autoridades europeias à crise da dívida, segundo o relatório.
O fundo também destacou que as economias emergentes seguem com bons resultados, apesar da desaceleração das economias avançadas. A expectativa é de que os países em desenvolvimento cresçam 5,7% em 2012 e 6% em 2013, frente aos 5,5% e 5,9% antecipados. A China lidera a "suave aterrissagem", com os números para os próximos dois anos superiores a 8% (8,2% e 8,8%), seguida pela Índia, que crescerá em torno de 7% (6,9% e 7,3%) no mesmo período.
Na América Latina, também com sólido ritmo de crescimento, a taxa estimada é de 3,7% em 2012 e 4,1% em 2013 (frente aos 3,5% e 4% previstos em janeiro). A aceleração foi determinada pela manutenção dos preços das matérias-primas, as sucedidas políticas macroeconômicas e o retorno dos fluxos de capital.
As perspectivas para o Brasil nos próximos dois anos subiram 3% e 4,1%, enquanto no México, as previsões ficaram em 3,6% e 3,7%. Os dois países continuam como os motores da região, segundo o FMI.
No entanto, apesar do cenário ligeiramente mais otimista, o Fundo advertiu que a economia mundial ainda mostra sinais de "fragilidade" e pediu a manutenção das reformas pelas economias avançadas.
Alguns fundamentos econômicos foram ressaltados pela organização. Um deles foi o ritmo de ajuste na consolidação fiscal em alguns países, que pode frear o crescimento global e, portanto, deveria ser equilibrado, especialmente no caso de EUA e Japão. Outro ponto de atenção foi o alto endividamento do setor financeiro, sobretudo na Europa, o que provocou a diminuição de crédito disponível com efeitos sobre as economias da zona do euro, tornando necessário o estímulo do fluxo a níveis normais.
Em relação a Oriente Médio e norte da África, a situação econômica permanece contida devido à agitação civil e à incerteza política, com um crescimento estimado de 4,2% em 2012 (3,6% em janeiro) e 3,7% (4,4% em janeiro) em 2013.
Além disso, o FMI advertiu sobre possíveis efeitos de uma nova queda da demanda energética com efeitos sobre os países produtores na região, que aumentaram recentemente os gastos públicos com as classes mais desfavorecidas.
Por último, a África Subsaariana crescerá 5,4% em 2012 (contra 5,5% em janeiro) e 5,3% em 2013 (assim como em janeiro) graças aos preços altos do petróleo, minerais e outras matérias-primas. Nigéria, Angola e Quênia lideram a região. EFE