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FMI prevê que dívida dos EUA chegue a 100% do PIB antes do previsto

Publicado 08.07.2010, 14:16
Atualizado 08.07.2010, 14:42

Washington, 8 jul (EFE).- O Fundo Monetário Internacional (FMI) previu hoje que a dívida dos Estados Unidos se aproximará da marca de 100% do Produto Interno Bruto (PIB) em dez anos, antes do calculado por seu Governo, e que seguirá em alta depois que pediu um ajuste fiscal grande a médio prazo.

O organismo divulgou seu cálculo como parte da análise anual que seus analistas realizam da economia americana, cuja dívida representante, atualmente, 64% do PIB.

"A diferença principal (com os cálculos do Governo) é que nós somos menos otimistas sobre a trajetória de crescimento dos Estados Unidos", explicou em entrevista coletiva David Robinson, subdiretor do departamento da América do FMI.

O Fundo acredita que a maior economia do mundo crescerá 3,3% neste ano e mais quatro décimos menos em 2011, com taxas similares em 2012 e 2013.

Trata-se de uma recuperação "modesta" em comparação com o ano passado, que está embasada por um desemprego "muito alto" e na que os Estados Unidos não alcançarão recuperar todo o terreno perdido durante a recessão.

Dadas essas circunstâncias, o FMI respaldou os planos fiscais do Governo para o ano fiscal 2011, que começará em outubro, no qual está previsto uma redução do déficit estrutural de dois pontos percentuais.

Embora não pediu maior ajuste orçamentário aos Estados Unidos no curto prazo, Robinson ressaltou que os planos anunciados até agora pelo Governo para controlar seus números no vermelho no médio prazo são insuficientes.

Os Estados Unidos pela primeira vez permitiram ao FMI realizar um estudo em profundidade de seu sistema financeiro, após o qual o organismo concluiu que embora os bancos tenham melhorado muito desde os dias mais obscuros da crise, ainda estão vulnerável.

"O risco chave nos Estados Unidos são as perdas nos empréstimos no setor imobiliário comercial. A onda de moratória ainda não chegou a seu ponto mais alto", advertiu na entrevista coletiva Charles Kramer, o chefe para a América do Norte do departamento de Assuntos Monetários e Mercados de Capitais do FMI.

Os setores da construção de estacionamentos, escritórios, fábricas e outros prédios comerciais passam por um momento difícil, especialmente no oeste e no sul do país, o que afeta principalmente aos pequenos bancos, cujos balanços estão cheios de empréstimos a esse setor.

Kramer disse que o volume de créditos morosos supera US$ 1 trilhão.

Em vista do estrago que a bolha imobiliária fez na economia americana e mundial, Robinson recomendou ao Governo de Washington que reduza ou elimine as isenções tributárias pelo pagamento dos juros hipotecários das que desfrutam atualmente os proprietários de casas.

O analista do FMI destacou que todas as formas essas vantagens "provavelmente beneficiam aos ricos mais que ao resto". EFE

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