SÃO PAULO (Reuters) - Uma reunião entre representantes da CSN (SA:CSNA3) e o sindicato de metalúrgicos de Volta Redonda terminou sem acordo nesta quinta-feira, com impasse sobre questões como aumento da jornada dos trabalhadores de seis para oito horas diárias, informou a entidade trabalhista.
Segundo a entidade, a reunião iniciada na gerência regional do trabalho, vinculada ao Ministerio do Trabalho, ocorreu entre às 9h e 15h desta quinta-feira mas não atingiu um acordo.
Além do aumento da jornada, a CSN quer suspender pagamento de adicional de 70 por cento de abono de férias, o pagamento de adicional de horas extras e hora noturna em percentuais acima da legislação, entre outras propostas.
A discussão ocorre em meio a planos da CSN para interromper a produção do alto-forno 2, responsável por 30 por cento da capacidade da usina siderúrgica da empresa em Volta Redonda, algo que pode envolver a demissão de 3 mil trabalhadores diretos e 2 mil indiretos, segundo cálculos do Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense.
Segundo o sindicato, a empresa não oficializou ainda seus planos para o equipamento neste ano. A empresa afirmou no fim de dezembro que estava avaliando medidas para reduzir a produção de aço em 2016 diante do mercado interno em retração e problemas gerados por medidas de proteção comercial nos Estados Unidos, além de aumento das exportações de produtos siderúrgicos da China.
A entidade trabalhista informou que a CSN não está aceitando discutir adesão ao Programa de Proteção ao Emprego (PPE) do governo federal ou outras ferramentas como suspensão de contratos de trabalho (layoff).
Procurada, a CSN informou que continua em negociação com o sindicato.
Os estudos da CSN acontecem enquanto a rival Usiminas (SA:USIM5) prevê parar a produção de aço de usina em Cubatão (SP), citando o cenário de recessão e queda nos preços nos mercados internacionais. A decisão vai implicar na demissão de 4 mil funcionários da usina.
(Por Alberto Alerigi Jr.)