Madri, 22 fev (EFE).- O ministro espanhol das Relações Exteriores e de Cooperação, José Manuel García-Margallo, convocou o Reino Unido nesta quarta-feira a retomar "o mais rápido possível" o diálogo bilateral sobre a soberania de Gibraltar.
García-Margallo transmitiu esta mensagem durante sua primeira aparição diante da Comissão das Relações Exteriores do Congresso dos Deputados, a Câmara Baixa do Parlamento espanhol, para informar de seus planos à frente do ministério que dirige.
O ministro espanhol reivindicou a recuperação do chamado Processo de Bruxelas, assinado em 1984 entre a Espanha e o Reino Unido para negociar o domínio da colônia.
O anuncio de García-Margallo foi feito um dia depois que o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, deixasse claro diante do chefe do Governo espanhol, Mariano Rajoy, que seu país não entraria em negociações sem o consentimento dos gibraltarinos.
"As coisas têm que mudar. A Espanha e o Reino Unido devem recuperar o mais rápido possível o diálogo sobre a soberania de Gibraltar, como foi acordado em Bruxelas", declarou García-Margallo.
O chefe da diplomacia espanhola informou que transferiu esta postura ao Foreign Office, o Ministério das Relações Exteriores britânico nesta quarta-feira.
Diante do primeiro-ministro britânico, Rajoy se limitou a dizer que os ministros das Relações Exteriores de ambos os países continuariam falando sobre esse assunto no futuro, apesar de ter reconhecido que as posições eram "diferentes".
García-Margallo, por sua vez, deixou claro que o Fórum de Diálogo - iniciado em 2004, com a participação da Espanha, Reino Unido e Gibraltar - "deve mudar de formato".
O ministro espanhol defendeu a criação de um fórum quadripartido, que apresentaria as mesmas condições para as autoridades da comarca do Campo de Gibraltar (sul da Espanha) e para as colônias. "Duas bandeiras e quatro vozes", sintetizou.
Segundo García-Margallo, este fórum de cooperação seguirá sem abordar o assunto da soberania. "O domínio de Gibraltar será uma questão "reservada especificamente à Espanha e ao Reino Unido", completou o ministro. EFE