Lisboa, 19 jan (EFE).- Portugal colocou nesta quarta-feira no mercado 750 milhões de euros em bônus para 12 meses a um juro de 4,029%, mais de um ponto abaixo do registrado na última leilão das mesmas características, em dezembro de 2010.
Pelos dados do Tesouro público português, a demanda sobre estes títulos triplicou a oferta, acima da anterior leilão de bônus para dez anos.
O resultado da emissão desta quarta reflete uma diminuição na pressão dos mercados sobre Portugal, depois que na quarta passasse com sucesso uma emissão de 599 milhões de euros em obrigações para dez anos, considerada por alguns analistas como chave para o país, ao colocá-las ao juro de 6,716%, quase 0,01% menos que na anterior ocasião.
Portugal esteve na mira dos mercados durante a primeira semana de janeiro, quando os juros sobre sua dívida soberana para dez anos superaram a barreira de 7% no mercado secundário e disparou a especulação sobre um hipotético resgate ao país por parte da União Europeia e o Fundo Monetário Internacional.
Na emissão de dívida pública desta quarta, a terceira desde o início do ano, Portugal conseguiu juro quase 25% inferior a dezembro, quando colocou bônus para 12 meses a 5,281%.
A penalização de 4,029% registrada agora acaba sendo muito superior a de um ano atrás, quando em um leilão com as mesmas características Portugal alcançou juro de 0,921%, quatro vezes menos.
A desconfiança dos investidores sobre a situação financeira portuguesa, especialmente pelo alto déficit público - de 7,3% em 2010 -, levou o Executivo português a aprovar um severo plano de ajuste cujas principais medidas entraram em vigor no início do ano.
O Governo socialista de José Sócrates repetiu insistentemente que não vai recorrer à ajuda externa e que confia na capacidade do país para resolver sua situação de forma autônoma.
De fato, o ministro das Finanças luso, Fernando Teixeira dos Santos, garantiu na semana passada que Portugal continuará acudindo ao mercado com emissões como a desta quarta para cobrir suas necessidades de financiamento, que estimam em torno dos 20 bilhões de euros durante o ano de 2011.
O país, que celebra eleições presidenciais no próximo domingo, colocou nas primeiras semanas do ano 2,5 bilhões de euros em dívida no curto e longo prazo. EFE