México, 2 dez (EFE).- Oito entre cada dez pessoas que compram
mercadorias piratas regularmente o fazem "com pouca culpa ou medo",
revela um estudo da organização Ação Empresarial para Frear a
Falsificação e a Pirataria (BASCAP, na sigla em inglês) divulgado
hoje no balneário mexicano de Cancún.
Em entrevista à Agência Efe, o coordenador da BASCAP, Jeffrey
Hardy, disse que, na maior parte dos casos, "as pessoas não
entendem" que sua ação pode "acabar com um trabalho, provocar danos
à saúde ou alimentar a atividade do crime organizado".
A compra e venda de mercadorias piratas gira US$ 750 bilhões ao
ano em todo o mundo, segundo a organização.
Este estudo, realizado com cinco mil consumidores de México,
Coreia do Sul, Índia, Rússia e Reino Unido, mostra que 14% dos
entrevistados admitiram comprar produtos piratas com regularidade,
frente a 20% que nunca o fizeram.
Os artigos mais procurados são softwares, CDs, DVDs e roupas,
assim como remédios, autopeças, bebidas alcoólicas e até mesmo
comida.
Os motivos para comprar um produto falsificado são, segundo os
consultados, não poder comprar o original (71%), não saber que é
falso (58%) ou a percepção de que o original será mais caro do que o
pirata (57%).
Os argumentos que mais funcionam para evitar uma compra de um
objeto falsificado são que pode representar um risco para a saúde
(70%), que estimulará o risco de crimes contra a propriedade (59%)
e, em menor medida, que possa haver problemas com a Justiça (30%).
As compras desse tipo de produto são feitas por pessoas de
qualquer idade, independentemente do nível de renda, acrescenta o
estudo.
Assim, 41% das pessoas mais pobres compram artigos piratas com
frequência, da mesma forma que 47% dos que têm renda média e 50% dos
mais ricos.
O coordenador da BASCAP alertou que esta atividade é mais
preocupante em tempos de crise porque prejudica as empresas
legalmente constituídas, pode destruir empregos, diminuir as
receitas e consequentemente, o investimento e a inovação.
Por isso, Hardy considerou que este é o momento de os Governos
intensificarem o combate à pirataria para preservar a economia
formal e permitir que esta volte a gerar riqueza o mais rápido
possível. EFE