Bruxelas, 12 jul (EFE).- Os ministros das Finanças da zona do
euro abordaram hoje os problemas de competitividade da economia
espanhola e avaliaram positivamente o "ambicioso" programa de
reformas adotado pelo Governo do país.
"Todos consideramos que as reformas vigentes na Espanha são muito
exigentes e ambiciosas. Pensamos que as previstas e iniciadas pelo
Governo estão no caminho certo. Por isso, estamos muito
satisfeitos", assegurou o primeiro-ministro de Luxemburgo e
presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker.
"A Espanha está conduzindo um programa de reformas substancioso
que merece todo o respeito", acrescentou o comissário de Assuntos
Econômicos e Monetários, Olli Rehn, que aproveitou para cumprimentar
a Espanha pela vitória da seleção na Copa do Mundo da África do Sul.
O comissário confiou no fato de a economia espanhola mostrar "o
mesmo trabalho de equipe competente e a mesma resistência da
seleção" mediante "reformas para melhorar o crescimento da
produtividade e as taxas de emprego. Por exemplo, através de
reformas do mercado de trabalho".
A análise da competitividade da economia espanhola foi realizada
hoje devido ao fato de a Espanha e Finlândia terem sido designadas a
inaugurar o exercício adotado recentemente pelo Eurogrupo.
Este exercício consiste em examinar as divergências de
competitividade entre os diferentes países da zona do euro,
agravadas desde o nascimento da divisa europeia e consideradas como
uma das causas da crise na região.
O exercício consistiu em um debate "franco, aberto e profundo"
sobre a comparação das políticas de remuneração, as reformas e
competitividade dos mercados de trabalho e a balança comercial dos
dois "países, que estão em situações completamente diferentes",
segundo Juncker.
Desde que entrou no euro, a economia espanhola perdeu 20% de
competitividade, de acordo com a Comissão Europeia, enquanto a
Finlândia seguiu o caminho inverso, ganhando 13%.
Por este motivo, no caso da Finlândia, os ministros das Finanças
descartaram que tenha grandes problemas de competitividade, embora o
comissário Rehn, de origem finlandês, tenha criticado a
autocomplacência e assegurado que a Finlândia tem desafios "para a
sustentabilidade das finanças públicas".
De fato, Rehn lembrou que amanhã pedirá aos ministros das
Finanças da União Europeia (UE) que abram um procedimento por
déficit excessivo ao país por violar as regras da disciplina
orçamentária pela primeira vez desde que entrou na zona do euro.
Juncker, que evitou dar mais informações sobre as debilidades
detectadas e os conselhos oferecidos aos dois países, anunciou que
as seguintes economias que deverão se submeter a este exercício e
identificar as divergências de competitividade serão Itália e
Luxemburgo, em dezembro.
Antes disso, a vice-presidente segunda do Governo espanhol, Elena
Salgado, que foi quem sugeriu que a Espanha inaugurasse o exercício
quando os ministros acordaram seu início durante a explosão da crise
de dívida na Grécia, tinha confiado em aprovar "com nota" o exame de
competitividade desta tarde.
"Estamos aprovando tudo e com nota. E o exame de competitividade
também", assegurou.
Elena lembrou esta manhã que os membros da zona do euro pediram
reformas estruturais à Espanha nos últimos meses para enfrentar as
"dificuldades" no "mercado de trabalho e o sistema de caixas
econômicas", com o objetivo de evitar o contágio da crise grega, mas
acrescentou que "tudo isso está em andamento". Por isso, confiou que
o exame de hoje sairia "bem". EFE