São Paulo, 9 jun (EFE).- O vice-ministro (secretário-executivo)
de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Ivan Ramalho,
afirmou hoje que Estados Unidos e Argentina voltarão a ser este ano
os principais destinos das exportações brasileiras, espaço que
perderam para a China nos cinco primeiros meses.
Ramalho apontou que em 2008 o Brasil teve "três grandes
compradores de produtos: EUA, Argentina e China, mas a diferença foi
que EUA e Argentina compraram produtos industrializados que foram os
mais afetados pela crise", agravada no último trimestre do ano
anterior.
"Com a China, apesar de comprar basicamente só dois produtos
(ferro e soja), o salto foi evidente nos primeiros cinco meses do
ano, mas acho que a curto prazo, inclusive no segundo semestre, EUA
e Argentina voltarão a retomar a liderança como principais destinos
dos produtos do Brasil", disse o vice-ministro à Agência Efe.
A perspectiva de Ramalho é diferente da expressada há um mês pelo
ministro Miguel Jorge, que previu que a tendência de liderança da
China como principal parceiro comercial do Brasil se estenderia até
o fim do ano, com uma previsão de aumento de 7% nas exportações a
esse país.
O Brasil fechou 2008 com exportações à China de US$ 16,403
bilhões, o equivalente a 8% do total de suas vendas ao exterior.
Ramalho participou hoje em São Paulo da abertura do seminário
"Brasil: Desafios e oportunidades no novo cenário global",
organizado pelo Conselho das Américas e o Movimento Brasil
Competitivo (MBC).
"A crise trouxe repercussões em todas as áreas e por isso nossa
perspectiva é de 20% na queda das exportações para o final do ano",
com 40% de redução nas vendas externas de produtos industrializados,
apontou Ramalho.
Para a diversificação das exportações, Ramalho insistiu na
integração das cadeias produtivas, como foi feito pelo setor
automotor argentino.
"Estamos nos reunindo frequentemente com representantes dos
Governos e dos setores de ambos os países. Penso que neste ano os
desacordos passageiros serão superados, o que é normal quando se tem
uma corrente comercial de US$ 30 bilhões", declarou. EFE