Redação Internacional, 28 abr (EFE).- A crise financeira na
Grécia arrastou hoje os mercados de todo o mundo e gera incertezas
pelo efeito de contágio que pode ter em outros países da zona do
euro.
Quase seis meses depois de seu início, a crise grega evidenciou
as carências dos países que utilizam a moeda única europeia para
enfrentá-la.
Datas-chave na crise grega:
2009
- 8 de dezembro: Caem a bolsa e os bônus da Grécia por sua
elevada dívida. Na véspera, a agência de classificação de risco
Standard & Poor's rebaixou a qualificação da dívida Grega e a Fitch
Ratings fez o mesmo um dia depois. A Comissão Europeia chamou a
atenção da Grécia por sua possível repercussão na zona do euro e o
Banco Central Europeu (BCE) pediu que o país tomasse medidas.
2010
- 5 de janeiro: O Governo grego anuncia medidas para acelerar a
recuperação econômica e a redução do déficit público a menos de 3%
do Produtor Interno Bruto (PIB) do país em três anos, de acordo com
o acordo de estabilidade.
A Grécia se encontra sob o atento olhar de seus parceiros
europeus, depois que agências internacionais pioraram suas
qualificações sobre o país devido a sua elevada dívida pública, de
113,4% do PIB.
- 12 de janeiro: Agrava-se a situação depois da divulgação de um
relatório da Comissão Europeia que acusa o país de irregularidades
sistemáticas no envio de dados fiscais a Bruxelas.
- 15 de janeiro: O Governo grego apresenta em Bruxelas um plano
para reduzir o déficit público de 12,7% do PIB, em 2009, para 2%, em
2013.
- 3 de fevereiro: A Comissão Europeia aprova o plano de
austeridade grego, mas anuncia que exercerá uma vigilância sem
precedentes sobre seu cumprimento.
- 14 de fevereiro: Transações promovidas pelo banco americano
Goldman Sachs permitiram que a Grécia ocultasse das autoridades
europeias bilhões de euros em dívida, segundo o jornal "The New York
Times".
- 16 de fevereiro: A União Europeia (UE) dá um prazo de um mês à
Grécia para apresentar um plano com medidas concretas para reduzir
em quatro pontos o déficit em 2010, de 12,75% do PIB para 8,7%.
- 3 de março: O Governo de Atenas aprova novas medidas para
economizar 4,5 bilhões de euros.
- 25 de março: Os países da zona do euro acordam o mecanismo de
resgate financeiro da Grécia, caso seja necessário. São contemplados
empréstimos bilaterais dos países da zona do euro, que deverão ser
aprovados por unanimidade por todos os seus membros, além de
créditos do FMI.
- 11 de abril: Os países da zona do euro fecham o acordo de
colocar à disposição da Grécia 30 bilhões de euros a juros mais
baixos que os do mercado - cerca de 5% -, embora sejam superiores ao
do FMI, que prevê disponibilizar ao redor de 15 bilhões de euros.
- 22 de abril: O escritório de estatística da UE, o Eurostat,
eleva o déficit público da Grécia em 2009 de 12,7% para 13,6%. A
situação é pior do que a anunciada até o momento.
- 23 de abril: O Governo grego solicita oficialmente a ativação
do pacote de ajudas para fazer frente ao pagamento de 8,5 bilhões de
euros em juros de sua dívida, que vencem em 19 de maio.
- 26 de abril: A chanceler alemã, Angela Merkel, condiciona a
ajuda de seu país à aprovação por parte do FMI do plano de ajuste da
Grécia.
- 27 de abril: A Standard & Poor's rebaixa a qualificação da
dívida grega para o nível de bônus lixo. Os Governos europeus
anunciam uma cúpula extraordinária sobre a Grécia para uma data em
torno do dia 10 de maio.
- 28 de abril: As dúvidas sobre a solvência da Grécia e o temor
de contágio em outros países europeus causam uma queda do euro para
o nível mais baixo em um ano, cotado abaixo dos US$ 1,32. Pela
primeira vez na história da zona da moeda única, a rentabilidade do
bônus grego fica acima dos 10% (10,491%). EFE