Atenas, 7 mai (EFE).- O Governo grego reiterou neste sábado que não estuda abandonar a zona do ouro nem reintroduzir sua própria moeda, desmentindo a informação publicada na sexta-feira pela edição digital do semanário "Der Spiegel".
Um comunicado do Ministério das Finanças informa ainda que o titular da pasta, Yorgos Papaconstantinu, participou na noite de ontem de uma reunião extraordinária em Luxemburgo para discutir a crise financeira da Grécia.
A reunião, "convocada pelo presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, foi realizada por ocasião do encontro dos ministros das Finanças da zona do euro que participam do Grupo dos Vinte (G20, que reúne as economias ricas e as principais emergentes)", informa o Ministério.
"É completamente óbvio que nesse encontro não se consultou nem se debateu a permanência da Grécia na zona do euro, como haviam divulgado de forma irresponsável e por seus próprios motivos a imprensa estrangeira", diz o comunicado.
O periódico ateniense "Ta Nea" informou neste sábado que no encontro foi analisada a crise da dívida dos países da divisa comum e o déficit fiscal de Grécia, Irlanda e Portugal.
As fontes do periódico assinalam que a reunião também tratou do prolongamento do prazo de pagamento da dívida grega, que inclui a devolução do empréstimo feito pela zona do euro e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) no valor de 110 bilhões de euros, recebidos em 2010.
Os colegas de Papaconstantinu solicitaram à Grécia que torne mais severas as condições do programa de recuperação grego, além de terem debatido a extensão do período de supervisão estrangeira da economia para depois de 2012.
Os sindicatos majoritários convocaram para o dia 11 uma greve geral de 24 horas como protesto pelas novas medidas do Governo para alcançar seus objetivos de reduzir o déficit a menos de 3% do Produto Interno Bruto (PIB).
Segundo o "Ta Nea", "o Governo grego deseja que a zona do euro se comprometa a apoiar a Grécia se o país não conseguir retornar aos mercados em 2012 para obter os 27 bilhões de euros necessários para pagar suas obrigações da dívida".
O déficit em 2010 foi maior que o esperado, a 10,5% do PIB e a uma dívida que a previsão indica que alcançará 160% em 2012, pelo que os mercados questionam se a Grécia será capaz de cumprir seus compromissos de pagamento. EFE