Bruxelas, 11 set (EFE).- A Comissão Europeia (órgão executivo da
União Europeia) advertiu hoje que acompanhará a venda da Opel e que
as ajudas públicas que possam ser definidas por alguns países não
devem ser condicionadas à manutenção da produção em seus
territórios.
A Comissão vigiará para "que se respeitam as normas europeias",
advertiu o porta-voz do Executivo da União Europeia (UE), Johannes
Laitenberger, que ressaltou que as ajudas de Estado "não devem ser
condicionadas" a interesses não comerciais "ou à localização
geográfica da reestruturação".
O porta-voz disse que a Comissão organizará, "quando achar
apropriado", outra reunião em nível ministerial dos países
comunitários afetados pela situação de Opel, semelhante a uma já
realizada em março.
A General Motors (GM) - casa matriz da Opel - anunciou ontem a
venda de 55% da filial europeia ao fabricante de autopeças Magna, e
também que a fábrica da Opel na Antuérpia seria fechada
progressivamente.
O vice-primeiro-ministro e titular de Finanças da Bélgica, Didier
Reynders, se mostrou hoje a favor de que a Comissão investigue um
possível protecionismo alemão na venda da Opel à Magna.
Seus comentários ocorreram depois do anúncio do vice-presidente
da GM, John Smith, de que se fecharia progressivamente a fábrica da
Antuérpia.
Além disso, a Magna prevê que a fábrica de Figueruelas (Espanha)
e a de Ellesmere (Reino Unido) reduzam sua atividade, enquanto as
unidades em solo alemão não seriam afetadas.
O porta-voz da Comissão Europeia evitou comentar o anúncio sobre
a Antuérpia ou os planos da Magna, e insistiu em que ainda não há
decisões firmes.
A decisão da GM de vender à Magna 55% da Opel "é o lançamento de
um processo e agora é preciso finalizar os detalhes", acrescentou
Laitenberger.
A porta-voz da GM Bélgica, Ann Wittemans, disse hoje que "ainda
não foi tomada nenhuma decisão" sobre o futuro da unidade da
Antuérpia. EFE