Money Times - A Ambev (SA:ABEV3) bem que tentou, mas não conseguiu superar mais um ano de recessão no Brasil. A empresa lançou garrafas de várias cores, pequenas e retornáveis, chamou a Budweiser de premium, mas nada disso foi capaz de compensar a crise. O resultado foi a perda de mercado, além de uma forte queda dos volumes.
“Reconhecemos que o crescimento de longo prazo do Brasil implica em inevitáveis períodos de volatilidade e que os brasileiros estão enfrentando um cenário muito difícil, mas nós medimos nosso desempenho baseado em valores absolutos e não estamos satisfeitos com os nossos resultados de 2016”, disse a empresa em seu comunicado.
Os números mostram que as quedas de volumes e receitas de cervejas e refrigerantes no Brasil levaram a uma diminuição de 9,7% na receita líquida, que aliadas ao aumento de 10,6% no custo de produção, resultou nas quedas de 17,6% no lucro bruto e 30,8% no Ebitda (geração de caixa).
Concorrência
“A tônica do resultado operacional continuou sendo o mesmo do que em todo o ano, a companhia voltou a perder market share e a apresentar forte pressão de volumes e rentabilidade no mercado doméstico”, ressalta a Coinvalores. E vale lembrar que a concorrência no país cresceu após anos de comodidade para a Ambev. É esperado que a compra da Kirin Brasil pela Heineken seja capaz de mexer com a dinâmica do mercado brasileiro de cerveja e com aproximadamente 20% do mercado.
Talvez sabendo que a espera, a administração desistiu de publicar projeções anuais, como costuma fazer a cada ano. A única meta que se tornou pública, desta vez, é a de custo por produto vendido em um esforço para crescer a margem sem enforcar ainda mais o consumidor brasileiro. A Ambev espera um primeiro semestre difícil (crescimento unitário de dois dígitos), mas melhorando no segundo semestre (crescimento de apenas um dígito)
“Os comentários da administração deixam claro que 2017 será um ano focado em recuperar participação de mercado e volumes. Nesse sentido, esperamos que os preços permaneçam fracos na comparação anual, particularmente no primeiro semestre”, ressalta a equipe do BTG Pactual (SA:BBTG11), em relatório. O mercado está de olho e isso já se reflete nas ações, que caem mais de 3%. “Parece muito cedo para dizer que o fundo é aqui”, conclui o BTG.
Por Money Times