Bruxelas, 7 out (EFE).- A Comissão Europeia (órgão executivo da
União Europeia) impôs uma multa de 67,6 milhões de euros a seis
grandes multinacionais europeias e japonesas por participar de um
cartel no qual foram divididos, entre 1999 e 2003, os mercados
geográficos respectivos no setor dos transformadores elétricos.
As companhias multadas são ABB, Areva T&D, Alstom, Fuji Electric,
Hitachi e Toshiba, anunciou o Executivo comunitário, em comunicado.
A alemã Siemens também participou do "acordo verbal" ilícito, mas
não foi multada, porque informou a Bruxelas a existência do cartel.
A Comissão Europeia especifica que a multa imposta à ABB foi
aumentada em 50% porque já tinha participado previamente de uma
infração similar.
Em entrevista coletiva, a comissária de Concorrência da União
Europeia (UE), Neelie Kroes, disse que as companhias europeias se
comprometeram a não vender no Japão e as japonesas, a não fazer o
mesmo na Europa.
O cartel foi organizado sob a forma de um "acordo entre
cavalheiros" verbal, em virtude do qual os participantes realizavam
reuniões hotéis da Ásia e da Europa - de Cingapura a Barcelona,
segundo a comissária -, para dividir o mercado.
"As companhias foram muito cuidadosas em manter o caráter verbal
do acordo" e se referiam a ele ou aos participantes das reuniões com
palavras em código.
Os transformadores são dispositivos-chave em qualquer rede de
distribuição elétrica, por isso o prejuízo causado pelo cartel é
grande, acrescentou a comissária.
Especificou que as japonesas Fuji e Hitachi, e a francesa Areva
tiveram susas multas reduzidas, porque cooperaram com a
investigação.
Pelo contrário, a suíça ABB foi penalizada porque já foi multada
em outubro de 1998 pela Comissão, após a comprovação de que
participou de um cartel relacionado a canos de calefação.
Kroes disse que o Executivo da UE continuará praticando uma
política de "tolerância zero" com os cartéis e acordos ilícitos
entre empresas, porque provocam "numerosos prejuízos" à economia
europeia.
Segundo a comissária comunitária, as estimativas mais
conservadoras indicam um sobrepreço de "bilhões de euros a cada
ano", também devido à perda de possibilidades de escolha para os
consumidores. EFE