Washington, 2 ago (EFE).- O secretário do Tesouro americano,
Timothy Geithner, afirmou hoje que a redução do déficit é
fundamental para uma recuperação econômica sustentada, mas também
indicou que serão necessários outros esforços, como um aumento de
impostos.
"O país precisa compreender que a Administração fará o
necessário" para que a economia se recupere, disse Geithner, durante
uma entrevista à um programa da rede "ABC", na qual defendeu uma
forte redução do déficit.
"Temos que reduzir esse déficit de maneira espetacular", disse,
acrescentando que "isso vai requerer algumas decisões difíceis". Em
julho, o déficit do país superou US$ 1 trilhão.
O secretário afirmou que há sinais de que a recessão está
diminuindo e disse confiar em que a economia crescerá no final do
ano, como indicaram os analistas, o que poderia aliviar os números
do desemprego no segundo semestre de 2010.
Segundo os números oficiais, a taxa de desemprego ficou em 9,5%
em junho, o nível mais alto dos últimos 26 anos, e os analistas
calculam que, nos próximos meses, chegará a 10%.
Geithner destacou que a Administração do presidente americano,
Barack Obama, está fazendo tudo o possível para ajudar na
recuperação da economia e para aumentar o crescimento.
"Precisamos primeiro de crescimento, para que as empresas comecem
a gerar novos postos de trabalho", disse o secretário, explicando
que a recuperação se baseará nas novas operações de investimento e
contratação.
O Governo manterá seus esforços até que o setor privado esteja
suficientemente forte para liderar a recuperação econômica, afirmou.
Sobre o plano de resgate bancário, comentou que é "pouco
provável" que o Tesouro volte a ir ao Congresso para pedir fundos
adicionais ao pacote financeiro.
"Não temos planos de pedir mais dinheiro, e acho que é muito
pouco provável que façamos isso", disse.
O secretário apoiou o projeto de lei que atualmente está sendo
debatido pela Câmara dos Representantes para aumentar o poder da
comissão de valores mobiliários dos EUA (SEC, em inglês) e dar aos
acionistas mais direitos para votar sobre as compensações aos
executivos.
"Todo mundo entende que não podemos permitir que nosso sistema
financeiro volte às práticas que levaram a economia à beira do
colapso", ressaltou. EFE