SÃO PAULO (Reuters) - A confiança do consumidor do Brasil permaneceu em alta em fevereiro diante da desaceleração da inflação e da queda dos juros, atingindo o maior nível desde o final de 2014, informou a Fundação Getulio Vargas em dados divulgados nesta terça-feira.
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) atingiu 81,8 pontos em fevereiro depois de subir 2,5 pontos, o maior patamar desde dezembro de 2014, quando chegou a 86,4 pontos.
"A segunda alta consecutiva da neste ano parece estar relacionada à aceleração do ajuste orçamentário das famílias. A velocidade dessa melhora tem sido heterogênea entre as diferentes classes de renda: consumidores com maior poder aquisitivo são os que se mostram efetivamente mais satisfeitos com a situação financeira no momento e otimistas em relação aos próximos meses", explicou a coordenadora da pesquisa, Viviane Seda Bittencourt, em nota.
Em janeiro, o indicador havia subido 6,2 pontos, a 79,3 pontos, após terminar 2016 com menor nível desde junho passado depois de duas quedas mensais seguidas.
Os dados da FGV mostraram que o Índice da Situação Atual (ISA) teve alta de 2,2 pontos, para 70,3 pontos, o maior nível
desde agosto de 2015.
O Índice de Expectativas (IE) também teve forte alta, avançando 2,5 pontos, para 90,6 pontos, a máxima desde outubro de 2014.
Entretanto, Viviane alertou que uma recuperação mais sustentável da confiança ainda depende "de notícias favoráveis sobre o mercado de trabalho, que ainda não vieram".
Após anos de recessão e desemprego alto, a confiança de modo geral apresentou melhora no início de 2017. Entretanto, a prévia do Índice de Confiança da Indústria (ICI) mostrou recuo em fevereiro, mesma tendência apresentada pela confiança da construção que a FGV também divulgou nesta quarta-feira.
(Por Thaís Freitas)