Por Aluísio Alves
SÃO PAULO (Reuters) - O Banco do Brasil (SA:BBAS3) reportou lucro do segundo trimestre quase em linha com as previsões, com maiores receitas de tarifas e o controle das despesas administrativas ofuscados pela fraca expansão do crédito e maiores despesas de provisão para calotes.
De abril a junho, o lucro líquido do maior banco do país por ativos somou 3 bilhões de reais, alta de 6,3 por cento ante mesmo período de 2014. Em bases recorrentes, o lucro foi de 3,04 bilhões de reais, alta anual de 1,3 por cento e previsão média de analistas ouvidos pela Reuters de 2,978 bilhões. [L1N1033SL]
O resultado publicado nesta quinta-feira mostrou que o BB praticamente parou de ofertar crédito. No fim de junho, a carteira ampliada do BB somava 776,8 bilhões de reais, estável sobre março, alta de 8 por cento sobre um ano antes. Embora tenha ficado abaixo da faixa definida para 2015 no país, o BB manteve a previsão do ano.
Ano a ano, os destaques de alta foram o crédito imobiliário (+39,5 por cento) e para o governo (+51,7 por cento), enquanto as linhas de cheque especial (-9,4 por cento), de automóveis (-3,9 por cento) e para pequenas e médias empresas (-3,3 por cento) encolheram.
Mesmo com o foco do banco nas linhas de menor risco, o BB registrou leve piora na qualidade da carteira. O índice de inadimplência acima de 90 dias fechou o trimestre a 2,04 por cento, pouco acima do 1,99 por cento de igual etapa de 2014, a despeito do declínio de 0,1 ponto na base sequencial.
Com o risco médio da carteira também subindo, o BB elevou a despesa com provisão para perdas com calotes a 5,53 bilhões de reais, avanço de 21 por cento no comparativo anual. Na base sequencial, houve recuo de 7,8 por cento. A previsão para despesas com calotes em 2015 passou da faixa de 2,7 a 3,1 por cento da carteira para a de 3,1 a 3,5 por cento.
O volume de operações em renegociação por atraso disparou 89,5 por cento em apenas um trimestre, para 3,7 bilhões de reais. Sobre um ano antes a alta foi de 281 por cento.
Sobre o trimestre anterior, o banco também viu uma queda de 20 pontos base no spread geral da carteira, a 4,2 por cento, mostrando maior agressividade nas taxas de juros oferecidas.
Entre os pontos positivos do período ficaram o aumento anual de 6,9 por cento das receitas com tarifas, a 6,46 bilhões de reais, e o controle das despesas administrativas, que cresceram 7,9 por cento na mesma comparação, dentro do previsto pelo BB.
Ainda assim, a rentabilidade sobre o patrimônio líquido de 14,1 por cento no trimestre caiu 2 pontos percentuais ante mesma etapa do ano passado. Na mesma comparação, a rentabilidade ajustada caiu 2,9 pontos, para 14,2 por cento.
O BB elevou a previsão para a margem financeira bruta em 2015, da faixa de 9 a 13 por cento para a de 11 a 15 por cento.
O Conselho de Administração do BB aprovou a distribuição de 39 milhões de reais em dividendos e 347,3 milhões em juros sobre capital próprio aos acionistas, com pagamento em 1º de setembro.