Bruxelas, 14 fev (EFE).- Os países da zona do euro concordaram nesta segunda-feira que o futuro fundo de resgate para socorrer países com problemas de financiamento - que deverá substituir o temporário que está em vigor até 2013 - terá a capacidade efetiva de 500 bilhões de euros, o que supõe o dobro do atual.
"Acho que será suficiente", disse o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, ao fim da reunião de ministros de Finanças no qual se chegou a este acordo.
Juncker explicou que a quantia do fundo e sua suficiência serão revisadas de forma periódica, "a cada dois anos".
A estes 500 bilhões estará a contribuição do Fundo Monetário Internacional (FMI) - cerca de 250 bilhões adicionais, segundo o acordo não escrito dos países que não sejam do euro mas que desejem participar.
O Fundo Monetário Internacional "será uma parte do mecanismo de estabilidade no futuro. Após um ano de experiência de trabalho com o FMI na zona do euro, temos de uma excelente sensação", explicou o comissário de Assuntos Econômicos e Monetários, Olli Rehn.
A adoção do fundo permanente - conhecido oficialmente como Mecanismo de Estabilidade Europeu - faz parte do pacote de medidas contra a crise da dívida, que a região deseja adotar no final de março para dissipar definitivamente as dúvidas que pesam sobre ela.
Este pacote inclui o aumento do fundo temporário - atualmente em vigor e que foi empregado para socorrer à Irlanda-, cuja capacidade de financiamento real ronda os 250 bilhões de euros e foi considerada insuficiente pelos mercados.
Os ministros de Finanças da zona do euro discutiram este assunto durante a reunião desta segunda-feira, mas não chegaram a um acordo, embora Juncker disse que os trabalhos avançam a "um ritmo satisfatório" e estarão finalizados para a cúpula europeia que será realizada nos dias 24 e 25 de março "como está previsto".
Para isso, os ministros de Finanças contam com a cúpula extraordinária de líderes da União Europeia, que será realizada no dia 11 de março, assim como a reunião mensal de ministros de Finanças da zona do euro, no dia 14 de março.
"Devemos terminar os trabalhos no dia 14 de março. Se não podemos, convocaremos uma reunião suplementar do Eurogrupo no dia 21 de março", acrescentou Juncker, que destacou que, "até que não haja acordo sobre o pacote de medidas, não há acordo sobre nada".
Alemanha condicionou seu sinal verde ao aumento do fundo atual à adoção de um pacto de competitividade na zona do euro, que foi amparado com frieza por muitos dos membros.
Juncker explicou que o pacto de competitividade não foi abordado durante a reunião ministerial desta segunda-feira e lembrou que o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, é o encarregado de avançar sobre este assunto, mediante contatos bilaterais ao mais alto nível.
Por outro lado, os ministros de Finanças debateram a oportunidade de flexibilizar as condições aplicáveis aos programas de assistência financeira da Grécia e Irlanda, embora também não chegaram a nenhum consenso, segundo Juncker.
Antes de entrar na reunião, o comissário Rehn considerou que baratear os juros aplicáveis aos empréstimos da Grécia e Irlanda deveria fazer parte da reforma do fundo de resgate temporário.
"É essencial reforçar a capacidade efetiva do fundo (...) e, nesse contexto, a Comissão acredita que temos que revisar a política de preços para abordar o assunto da sustentabilidade da dívida". EFE