Alfonso Gil.
Kimberley (África do Sul), 1º jul (EFE).- Goleiros como Julio
César, Casillas, Muslera, Sergio Romero e Justo Villar estão entre
as estrelas da Copa do Mundo, com algumas das médias de gols
sofridos mais baixas de suas carreiras, como eles próprios afirmam.
Outros goleiros como Claudio Bravo, Óscar Pérez e o hondurenho
Noel Valladares, eleito o melhor jogador do duelo entre Honduras e
Suíça, também renderam de acordo com o esperado no Mundial, embora
Bravo tenha falhado no primeiro gol que levou da Espanha.
De qualquer maneira, a competição registra uma baixa média de
gols, o que deixa o espectador com a sensação de que falta
espetáculo. Mas essa circunstância confirma que os goleiros, em
geral, renderam a um bom nível e que a tarefa defensiva das equipes
foi notável.
Até o momento, superadas as oitavas de final da Copa, a
trajetória dos goleiros tem se mostrado o grande destaque da
competição, embora mal houvesse começado o torneio o goleiro inglês
Robert Green levou o frango mais desconcertante até agora, na
partida contra os Estados Unidos.
A Copa acabou tendo alguma outra falha notória, mas nenhuma foi
tão espetacular como a de Green. No segundo jogo do Mundial, o
italiano Fabio Capello, técnico da Inglaterra, deixou Green no banco
e pôs David James na equipe titular. A substituição não deu muito
resultado.
À margem deste caso, são poucos os goleiros que iniciaram o
Mundial e não continuaram como titulares. Uma das exceções foi a da
seleção argelina, que pôs Mbolhi no lugar de Chaouchi, que também
foi vítima de um frango. Mas, em geral, os arqueiros reservas sabem
que as chances de jogar são remotas.
Entre elas esteve a lesão de Buffon, goleiro italiano que cedeu
seu posto a Marchetti no intervalo do jogo ao sofrer uma hérnia e
que já não jogou mais em consequência tanto de seu problema físico
como da rápida eliminação da equipe italiana, na última colocação da
fase de grupos.
As expulsões também influem para a saída dos goleiros, como
ocorreu com o sul-africano Khune, que viu o segundo cartão amarelo
contra o Uruguai e ficou de fora do terceiro jogo. Foi substituído
por Josephs.
Diante deles, os goleiros que não cometem erros garrafais ou que
não se veem afetados por lesões ou punições costumam garantir sua
continuidade na portaria, enquanto a equipe permanece no Mundial.
Tal é o caso do brasileiro Julio César, que levou apenas dois
gols até agora e do espanhol Casillas, que também sofreu dois, ambos
em jogadas com falhas ou desvios de bola dos próprios homens de
defesa.
Muslera, por sua vez, só viu a bola passar uma vez por suas
redes, numa ação em que não estava bem posicionado e tampouco teve
sorte na jogada. O paraguaio Justo Villar também só levou um gol,
dos italianos, em uma jogada confusa. Mas agora já está há três
partidas completas sem deixar a bola passar.
Sergio Romero não passou apuros em seu trabalho como goleiro da
Argentina. Recebeu dois gols, um deles inevitável após um erro de
seu companheiro Demichelis e outro em um excepcional remate do
mexicano Javier Hernández.
Justamente Argentina e México contam com dois gols levados muito
similares e que chegaram após lances de ingenuidade dos defensores.
Na memória desta Copa ficarão, além disso, as excelentes defesas
do nigeriano Enyeama, embora pouco tenham adiantado para a campanha
de sua equipe.
Tudo isso no contexto de um torneio em que as críticas dos
arqueiros à bola Jabulani foram ferozes, chegando a qualificá-la de
"bola de praia" e "bola de supermercado", como o fez Julio César.
EFE