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Gols em baixa, goleiros em alta

Publicado 01.07.2010, 10:15
Atualizado 01.07.2010, 10:35

Alfonso Gil.

Kimberley (África do Sul), 1º jul (EFE).- Goleiros como Julio César, Casillas, Muslera, Sergio Romero e Justo Villar estão entre as estrelas da Copa do Mundo, com algumas das médias de gols sofridos mais baixas de suas carreiras, como eles próprios afirmam.

Outros goleiros como Claudio Bravo, Óscar Pérez e o hondurenho Noel Valladares, eleito o melhor jogador do duelo entre Honduras e Suíça, também renderam de acordo com o esperado no Mundial, embora Bravo tenha falhado no primeiro gol que levou da Espanha.

De qualquer maneira, a competição registra uma baixa média de gols, o que deixa o espectador com a sensação de que falta espetáculo. Mas essa circunstância confirma que os goleiros, em geral, renderam a um bom nível e que a tarefa defensiva das equipes foi notável.

Até o momento, superadas as oitavas de final da Copa, a trajetória dos goleiros tem se mostrado o grande destaque da competição, embora mal houvesse começado o torneio o goleiro inglês Robert Green levou o frango mais desconcertante até agora, na partida contra os Estados Unidos.

A Copa acabou tendo alguma outra falha notória, mas nenhuma foi tão espetacular como a de Green. No segundo jogo do Mundial, o italiano Fabio Capello, técnico da Inglaterra, deixou Green no banco e pôs David James na equipe titular. A substituição não deu muito resultado.

À margem deste caso, são poucos os goleiros que iniciaram o Mundial e não continuaram como titulares. Uma das exceções foi a da seleção argelina, que pôs Mbolhi no lugar de Chaouchi, que também foi vítima de um frango. Mas, em geral, os arqueiros reservas sabem que as chances de jogar são remotas.

Entre elas esteve a lesão de Buffon, goleiro italiano que cedeu seu posto a Marchetti no intervalo do jogo ao sofrer uma hérnia e que já não jogou mais em consequência tanto de seu problema físico como da rápida eliminação da equipe italiana, na última colocação da fase de grupos.

As expulsões também influem para a saída dos goleiros, como ocorreu com o sul-africano Khune, que viu o segundo cartão amarelo contra o Uruguai e ficou de fora do terceiro jogo. Foi substituído por Josephs.

Diante deles, os goleiros que não cometem erros garrafais ou que não se veem afetados por lesões ou punições costumam garantir sua continuidade na portaria, enquanto a equipe permanece no Mundial.

Tal é o caso do brasileiro Julio César, que levou apenas dois gols até agora e do espanhol Casillas, que também sofreu dois, ambos em jogadas com falhas ou desvios de bola dos próprios homens de defesa.

Muslera, por sua vez, só viu a bola passar uma vez por suas redes, numa ação em que não estava bem posicionado e tampouco teve sorte na jogada. O paraguaio Justo Villar também só levou um gol, dos italianos, em uma jogada confusa. Mas agora já está há três partidas completas sem deixar a bola passar.

Sergio Romero não passou apuros em seu trabalho como goleiro da Argentina. Recebeu dois gols, um deles inevitável após um erro de seu companheiro Demichelis e outro em um excepcional remate do mexicano Javier Hernández.

Justamente Argentina e México contam com dois gols levados muito similares e que chegaram após lances de ingenuidade dos defensores.

Na memória desta Copa ficarão, além disso, as excelentes defesas do nigeriano Enyeama, embora pouco tenham adiantado para a campanha de sua equipe.

Tudo isso no contexto de um torneio em que as críticas dos arqueiros à bola Jabulani foram ferozes, chegando a qualificá-la de "bola de praia" e "bola de supermercado", como o fez Julio César. EFE

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