(corrige segundo parágrafo).
Berlim, 24 ago (EFE).- O Governo alemão especificou que só
apoiará com avais públicos a compra da Opel se a vencedora for a
fabricante de autopeças austríaca-canadense Magna e que não
respaldará a oferta apresentada pelos investidores belgas da RHJI.
"Um eventual apoio a RHJI não está em nossos planos", informou o
porta-voz do Governo, Ulrich Wilhelm, em alusão à carta enviada pelo
secretário de Estado de Economia, Jochen Homann, à direção da
General Motors (GM).
Apesar de a postura alemã parecer inegociável nesta questão,
Wilhelm insistiu em que o Governo de Berlim confia na possibilidade
de um acordo e ressaltou que este só poderá ser alcançado "em um
clima construtivo e não de confronto".
A direção da GM adiou na sexta-feira passada uma decisão sobre o
futuro de Opel, diante das duas ofertas de aquisição de sua marca
europeia, a do fabricante de autopeças austríaca-canadense Magna, em
cooperação com o grupo automobilístico russo GAZ e o banco Sberbank,
e a do grupo investidor belga RHJI, pertencente ao americano
Ripplewood.
Em uma entrevista à rede de televisão pública "ZDF", a chanceler
Angela Merkel manifestou ontem à noite sua decepção pela indecisão
da GM.
Merkel expressou, apesar de tudo, sua esperança que o problema se
resolva em breve.
O comitê de empresa de Opel ameaçou empreender "ações" contra a
General Motors (GM) se a decisão sobre o futuro da empresa não for
tomada esta semana.
O presidente do comitê da empresa, Klaus Franz, afirmou hoje em
declarações à emissora de rádio "Deutschlandfunk" que a paciência
dos trabalhadores se esgotou e que ninguém pode aceitar que General
Motors não tenha tomado ainda uma decisão.
Wilhelm, por outro lado, diminuiu hoje a urgência do assunto e
assinalou que a situação de Opel é estável e que a liquidez está
garantida graças à injeção de 1,5 bilhões de euros dada pelo governo
alemão no fim de maio.
O porta-voz afirmou que a próxima reunião formal da direção da
General Motors não está prevista até os dia 8 ou 9 de setembro, pelo
que não se deve esperar que a decisão seja feita antes.
Por outro lado, o porta-voz governamental disse que na Alemanha
não há indícios que a GM possa ter outros planos que não sejam a
venda de Opel, como insinuam vários meios de comunicação do país.
Uma das opções cogitada é que a GM mantenha a Opel e comande ela
mesma sua reestruturação.
A Magna está disposta a pagar 350 milhões de euros e títulos
conversíveis no valor de 150 milhões, pedindo 4,5 bilhões em avais.
Já a RHJI ofereceu entrar com um capital de 275 milhões de euros
e pede garantias públicas que variam de 3 a 3,8 bilhões de euros.
EFE