Madri, 27 abr (EFE).- O Governo espanhol prevê que a economia do país cresça 0,2% em 2013, enquanto a taxa de desemprego cairá até 24,2% da população ativa.
Esses cálculos estão incluídos nas previsões macroeconômicas do Programa de Estabilidade 2012-2015 aprovado nesta sexta-feira pelo Conselho de Ministros e que será enviado à União Europeia.
O ministro espanhol de Economia, Luis de Guindos, divulgou estes dados durante uma entrevista coletiva, na qual afirmou também que o Executivo prevê alcançar o equilíbrio orçamentário das administrações públicas em 2016, após reduzir o déficit público a 2,2% do PIB em 2014 e 1,1% em 2015.
Ele também anunciou que em 2013 ficarão mais caros o IVA (Imposto sobre o Valor Agregado) e os impostos especiais para arrecadar 8 bilhões adicionais de euros.
O responsável econômico não especificou que parte desses 8 bilhões será arrecadado através do IVA, nem quanto subirá este imposto em termos relativos.
Guindos explicou que deixou para o próximo ano a alta desses impostos ao considerar que em 2013 a economia espanhola começará a crescer de novo e será o momento de "reduzir a imposição sobre o trabalho e aumentar sobre o consumo".
Ele lembrou o compromisso do Governo de Mariano Rajoy em cumprir este ano com a redução do déficit público até deixá-lo em 5,3% do PIB, e 3% para 2013.
O Executivo prevê que a administração central tenha um déficit de 3,5% em 2012, 2,5% em 2013, 1,9% em 2014 e 1,1% em 2015. As comunidades autônomas não poderão superar 1,5% em 2012, 0,5% em 2013, 0,3% em 2014 e déficit nulo em 2015.
Segundo Guindos, as comunidades autônomas, que na Espanha têm muitas competências, entre elas a gestão da Saúde e da Educação, foram a principal fonte do desvio do déficit público no ano passado.
A vice-presidente e porta-voz do Governo, Soraya Sáenz de Santamaría, afirmou que com a aprovação nesta sexta-feira do Programa de Estabilidade e do plano de reformas é dado um passo fundamental para marcar a retirada da Espanha da crise.
Ao Programa de Estabilidade são somadas uma série de reformas que preveem, entre outras coisas, a modernização de todas as administrações públicas e a eliminação de duplicidades, a reforma do sistema financeiro e de setores como o imobiliário.
Além disso, também foi aprovado um plano de luta contra a fraude trabalhista, que endurece as sanções.
A ministra de Emprego e Seguridade Social, Fátima Báñez, disse que o plano procura proteger os trabalhadores mais velhos, para que eles não sejam os primeiros demitidos pelas empresas, e adota medidas sobre as aposentadorias antecipadas, entre outras que estabelecem que os convênios coletivos não poderão fixar uma idade de aposentadoria obrigatória. EFE