México, 2 jan (EFE).- O Governo mexicano afirmou neste domingo que sua estratégia de combate frontal ao crime organizado permitiu alcançar "conquistas históricas" durante a gestão do presidente Felipe Calderón, "superiores a resultados obtidos em períodos passados".
Em comunicado conjunto, as secretarias de Governo (Interior), Defesa Nacional (Sedena), Marinha (Semar), Segurança Pública (SSP) e a Procuradoria Geral da República (PGR) fazem um chamado para que Governos estatais e municipais se unam na estratégia.
Entre os resultados positivos, o comunicado destaca que até 23 de dezembro foram apreendidas 11,05 toneladas de semente de papoula, 21,8 toneladas de metanfetamina e quase 61 milhões de pastilhas de psicotrópicos.
As operações das Forças Federais - tanto do Exército como da Polícia Federal - realizadas nos estados mais conflituosos do México serviram para atingir "de maneira sistemática e contundente as redes de operações e financeiras do crime organizado", assinalou o Governo.
Além disso, as ações para conter o poder de fogo das organizações permitiram que entre dezembro de 2006 e 23 de dezembro de 2010, fossem apreendidas 40.469 armas de curto alcance, 55.269 armas de longo alcance, 9,8 milhões de munições de diversos calibres e 7.516 granadas.
Por fim, o Governo destaca o trabalho para reestruturar a Polícia Federal, que no fim de 2006 contava com 6.500 agentes e que agora tem 35 mil policiais "bem capacitados", asseguram os cinco ministérios que formam o Gabinete de Segurança.
A luta contra a insegurança no México foi uma das prioridades políticas do presidente Felipe Calderón, que no entanto não conseguiu em seu mandato deter uma onda de violência que já deixou pelo menos 30.196 mortos desde que chegou ao poder.
Nos 11 primeiros meses de 2010, foi registrado o número recorde de 12.456 mortes violentas no país.
Apesar disso, o presidente do México afirmou neste domingo, em mensagem por ocasião do Ano Novo, que o país está na "rota correta" para ser uma nação mais segura.
"Vivemos um momento crucial, mas sei que somando esforços vamos construir o México de progresso, de justiça e de segurança que todos queremos", assinalou o líder em mensagem de cinco minutos transmitida em cadeia nacional.
Também neste domingo o cartel La Familia Michoacana indicou em um breve comunicado que "continuará com sua decisão de não seguir com atividade alguma por mais um mês", em alusão ao mês de janeiro.
Com o anúncio da suposta trégua, o grupo criminoso pretende demonstrar às autoridades mexicanas, "e sobretudo ao povo michoacano, que o La Familia não é culpado por todos os atos delitivos que as autoridades e o Governo federal fazem públicos na imprensa", assinala na mensagem.
Esta não é a primeira vez que o cartel anuncia um cessar-fogo. Em 11 de novembro, a organização havia manifestado que se dissolveria se as autoridades e as forças de segurança se comprometessem a tomar o controle do estado de Michoacán "com fortaleza e decisão".
Há dois dias, o chefe de segurança regional da Polícia Federal, Luis Cárdenas Palomino, sustentou em entrevista coletiva que o cartel atravessa um período de "desorganização" depois da morte de Nazario Moreno González, conhecido como "El Chayo". EFE