Bangcoc, 21 ago (EFE).- O primeiro-ministro da Tailândia, Abhisit
Vejajiva, negou neste sábado que seu Governo tenha interferido no
caso do suposto traficante russo, Viktor Bout, cuja extradição aos
Estados Unidos foi aprovada pela Justiça do país asiático.
A reação do chefe do Executivo responde ao protesto feito
sexta-feira pelo Ministério de Assuntos Exteriores da Rússia, que
chamou o embaixador tailandês em Moscou e em comunicado qualificou
como "política" a decisão do Tribunal de Apelações sobre a
extradição de Bout, conhecido como 'Mercader da Morte'.
"Também não existiu ingerência alguma por parte dos Estados
Unidos", garantiu o governante tailandês.
Vejjajiva afirmou que seu Governo explicará a Washington e Moscou
o caso Bout, a quem os EUA pretendem julgar por terrorismo e
provisão de armamento a grupos de várias partes do mundo, incluindo
guerrilheiros colombianos e a Al Qaeda.
Bout foi detido em um luxuoso hotel de Bangcoc, em 2008, em
operação organizada por agentes americanos.
Em agosto de 2009, um tribunal ordinário rejeitou a solicitação
de extradição realizada pelos Estados Unidos, pois a Tailândia
considerava as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) um
movimento político e não um grupo terrorista.
Os EUA apelaram contra a decisão, e dois meses depois enviaram a
Bangcoc o procurador-geral Adjunto, David Ogen, com a missão de
reconduzir o caso, uma ação que, na ocasião, a Rússia considerou
"inaceitável".
Bout, de 43 anos, e que durante o processo reafirmou sua
inocência e questionou as acusações, deverá ser extraditado aos EUA
ou deportado à Rússia em prazo de três meses, segundo estabeleceu o
Tribunal de Apelações da Tailândia. EFE