Atenas, 21 abr (EFE).- O ministro das Finanças da Grécia, Yorgos
Papaconstantinu, iniciou nesta quarta-feira em Atenas negociações
com uma delegação do FMI, do Banco Central Europeu (BCE) e da
Comissão Europeia (CE) sobre as condições para receber uma série de
ajudas para acertar as contas públicas gregas.
Papaconstantinu afirmou na terça-feira que "o Governo decidirá
ativar o mecanismo de apoio quando for necessário", naquela que
seria a primeira vez que um país da zona do euro recorre a
assistência financeira exterior para evitar quebra.
As conversas com as autoridades gregas estão destinadas a acertar
os detalhes do acordo firmado no dia 25 de março entre os parceiros
europeus, que puseram à disposição de Atenas créditos de 30 bilhões
de euros, com juros próximos de 5%, e o FMI com outros 15 bilhões e
taxa de juros inferior.
As delegações avaliarão a situação fiscal do país e negociarão as
medidas e condições para a ajuda se Atenas solicitar, mas
Papaconstantinu reiterou que essas negociações "não necessariamente
terminarão em acordo".
O ministro afirmou também que as negociações terão como ponto de
partida o Programa de Estabilidade e Desenvolvimento grego aprovado
pela União Europeia em fevereiro, que contemplava profundos cortes
no gasto público e aumento dos impostos, assim como mudanças
estruturais no sistema fiscal e administrativo do país.
"Não assumiremos medidas adicionais para 2010", assegurou o
político, mas não descartou novas medidas para 2011 e 2012, já que a
ajuda externa se baseará em um programa de três anos para reverter o
elevado déficit fiscal.
Coincidindo com as negociações, sindicatos dos setores privado e
público da Grécia convocaram greves para quarta e quinta-feira
contra as medidas de austeridade governamental. EFE