Roma, 7 mar (EFE).- O espanhol Joaquín Almunia, comissário
europeu de Concorrência, disse à edição de hoje do jornal italiano
"Il Sole 24 Ore" que é preciso "enfrentar o caso da Grécia",
atualmente em situação econômica delicada, mas que o país "não é o
único" em crise na Europa.
Ao ser perguntado sobre as responsabilidades da União Europeia
(UE) no caso grego, o comissário disse que os problemas do país "não
são uma novidade".
A Grécia, "junto à Itália, era o país com o déficit mais alto.
Em 2004, uma das minhas primeiras decisões após chegar à Comissão
Europeia como responsável da área de assuntos econômicos foi abrir
um procedimento de infração pelo excessivo déficit grego",
acrescentou.
Segundo Almunia, "a situação, que já era crítica por si só, se
agravou durante o período pré-eleitoral, com a péssima gestão das
finanças públicas e das políticas econômicas pelo Governo anterior".
"O caso grego não foi o do fracasso do sistema estatístico, mas
da gestão das finanças públicas", destacou, frisando que a
responsabilidade pelo ocorrido é "exclusivamente das autoridades
gregas".
"Não é correto atribuir responsabilidades aos outros
Estados-membros ou à Comissão", comentou o comissário de
Concorrência, para quem a "Grécia não tinha vontade nem os
instrumentos técnicos para começar a sanear suas contas e crescer".
A respeito de uma possível intervenção do Fundo Monetário
Internacional (FMI) na crise grega, Almunia limitou-se a dizer que
os "problemas internos da zona do euro não podem ou não devem ser
resolvidos" pelo órgão. EFE