Atenas, 5 jun (EFE).- A Grécia reduziu seu déficit fiscal em 41%
no primeiro semestre com relação ao mesmo período do ano anterior,
informou o Governo, que qualificou o fato de "boa notícia" em seus
esforços para reduzir o elevado endividamento do país.
"As notícias são boas em geral e o déficit se movimenta a um bom
ritmo", afirmou hoje o ministro das Finanças grego, Giorgos
Papaconstantínu, em entrevista coletiva.
O ministro disse que os dados publicados pelo Banco da Grécia
indicam que o déficit público na primeira metade do ano foi de 11,5
bilhões de euros, frente aos 19,7 bilhões de um ano atrás.
Segundo explicou, a previsão inicial de que o déficit chegaria
aos 5,8% do PIB no primeiro semestre foi reduzida depois, passando
para os 4,9%.
Como o dado negativo, anunciou que as entradas foram de 7,1%,
abaixo dos 11% previstos.
A respeito do programa de economia, que inclui baixas salariais
aos funcionários, alta de impostos e uma futura reforma trabalhista
e da previdência, Papaconstantínu disse que "não é assunto de alguns
meses, mas de anos".
Assim, lembrou que o cumprimento dessas medidas é a condição para
que a Grécia siga recebendo os 110 bilhões de euros do mecanismo de
resgate preparado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e pela
zona do euro.
Em relação aos objetivos definidos pelo mecanismo, o ministro
afirmou: "Achamos que conseguiremos alcançar a meta de reduzir o
déficit público para 8,1% do PIB para este ano, com relação aos
13,6% de 2009".
Assim, o Executivo de Atenas insistiu em lançar uma mensagem de
otimismo e estimou que a economia do país deve se contrair menos do
que o previsto até agora. "Temos as primeiras mostras de que a
previsão sobre a contração do PIB em 4% é extremamente pessimista",
disse.
Sobre as dúvidas que assaltaram os mercados internacionais sobre
a capacidade grega de pagar sua dívida, o ministro falou de "uma
mudança da imagem da Grécia nos mercados externos".
Um grupo de analistas do FMI, Banco Central Europeu e da Comissão
Europeia realizará uma visita ao país entre os dias 20 e 24 de julho
para avaliar o programa de austeridade e reformas iniciado pelo
Governo grego para evitar a quebra do país.
Em qualquer caso, Papaconstantínu assegurou que "não serão
assumidas novas medidas" (de austeridade). Em dois dias o Parlamento
deve aprovar a lei de reforma da previdência que atrasa a idade de
aposentadoria.
Em resposta a essa reforma e à política de austeridade, os
sindicatos gregos convocaram para o dia 8 de julho uma nova greve
geral, a sétima deste ano. EFE