Rio de Janeiro, 30 ago (EFE).- Ativistas do Greenpeace disfarçados de baleias e pintados com jatos de tinta preta ocuparam nesta terça-feira a portaria do Centro Empresarial Rio Sul, no Rio de Janeiro, para protestar contra as atividades da companhia petrolífera anglo-francesa Perenco em Abrolhos.
Neste arquipélago localizado no litoral sul da Bahia, onde a Perenco tem duas concessões petrolíferas, está o Parque Nacional Marinho de Abrolhos, uma reserva protegida por ser o local de reprodução das baleias da espécie Jubarte.
A manifestação, que atraiu a atenção de vários trabalhadores e clientes do centro comercial, se prolongou por cerca de uma hora, tempo durante o qual os militantes esperaram em vão ser atendidos por algum representante da companhia petrolífera.
Em comunicado, a organização não governamental pediu que a companhia petrolífera se some a uma moratória de 20 anos da prospecção de petróleo em uma área de 93 mil quilômetros quadrados em Abrolhos pelo perigo que essas atividades representam para a fauna e a flora da região.
Segundo os ecologistas, as baleias Jubarte, mamíferos ameaçados de extinção, são uma das espécies que mais podem ser afetadas por possíveis acidentes ou vazamentos de petróleo.
"Devido ao histórico de acidentes com prospecção de petróleo em alto-mar no mundo, está claro que não existe segurança total. A Perenco sabe de isso, mas se omite da responsabilidade de renunciar a suas atividades em uma região de alta prioridade para a biodiversidade brasileira", afirmou Leandra Gonçalves, coordenadora da Campanha de Clima e Energia do Greenpeace no Brasil.
A ONG lembrou em seu comunicado o histórico da Perenco como empresa questionada por operar em reservas ambientais e indígenas na Amazônia de Equador, Peru e Guatemala.
A companhia petrolífera adquiriu, em associação com a brasileira OGX, concessões para explorar cinco áreas em águas profundas no oceano Atlântico, duas delas no arquipélago de Abrolhos.
Além da Perenco, outras dez empresas, entre elas Petrobras, Shell e Repsol, têm 12 concessões na área em que o Greenpeace propõe uma moratória das atividades petrolíferas.
Segundo a organização ambientalista, o parque marinho é o lar de 1,3 mil espécies de aves, tartarugas, peixes e mamíferos marítimos, entre eles 45 em risco de extinção, além de contar com os principais corais do Brasil. EFE