😎 Promoção de meio de ano - Até 50% de desconto em ações selecionadas por IA no InvestingProGARANTA JÁ SUA OFERTA

Guerra na Ucrânia levanta temor de primeiro calote de dívida externa da Rússia

Publicado 02.03.2022, 16:23
Atualizado 02.03.2022, 16:25
© Reuters. Notas de rublos registradas em Varsóvia
07/11/2014
REUTERS/Kacper Pempel
USD/BRL
-

Por Karin Strohecker

LONDRES (Reuters) - Com grande parte das reservas de 640 bilhões de dólares de Moscou detidas no Ocidente e sanções atrapalhando o fluxo de capital entre fronteiras, investidores temem que a Rússia esteja se encaminhando para seu primeiro calote de dívida soberana em moeda forte.

LEIA MAIS: Moscou não paga US$ 29 bilhões em cupons a investidores estrangeiros

Na quarta-feira, investidores estrangeiros estavam efetivamente presos com suas posições em títulos denominados em rublos -conhecidos como OFZs- após o banco central russo interromper temporariamente o pagamento de cupons e o sistema de liquidação Euroclear parar de aceitar ativos russos.

Um calote da dívida em rublo tem precedentes --Moscou renegou as OFZs durante sua crise financeira de 1998, mas mesmo naquela ocasião manteve o pagamento dos títulos em dólar. Antes das últimas sanções devastadoras do Ocidente que congelaram ativos do banco central, um default desse tipo não estava no radar de ninguém.

Isso se deve em parte ao fato de a Rússia, que classifica suas ações na Ucrânia como uma “operação especial”, ter apenas 40 bilhões de dólares em títulos internacionais em 15 emissões denominadas em dólar ou euro --volume muito baixo em comparação aos seus pares e ao seu próprio Produto Interno Bruto.

Os títulos no geral vinham sendo negociados bem acima do seu valor nominal até meados de fevereiro, com investidores ignorando o acúmulo de tropas de Moscou na fronteira com a Ucrânia e os alertas dos EUA de que uma invasão era iminente.

Duas semanas depois, investidores de títulos agora avaliam que um calote não é mais uma perspectiva distante. O prêmio de risco da Rússia disparou e os swaps de inadimplência de crédito --derivativos usados para garantir proteção contra a exposição-- estão em valores recordes.

E alguns títulos em dólar agora estão precificados abaixo dos 30 centavos de dólar, com um volume abismal de negociações.

Estrangeiros, que detêm cerca de metade da dívida da Rússia em moeda forte, estão focados em 16 de março, quando o país precisaria pagar 107 milhões de dólares em cupons de dois títulos.

“A Rússia pagará ou não? Há uma incerteza muito significativa neste momento, após as sanções aplicadas ao banco central da Rússia e ao ministério das Finanças”, disse Marcelo Assalin, diretor de mercado de dívida emergente na empresa de serviços financeiros William Blair, em Londres, que detém parte da dívida russa.

O JP Morgan e o grupo global de lobby bancário Instituto de Finança Internacional (IFI) alertaram que há um crescimento significativo do risco de que a Rússia possa estar se dirigindo para seu primeiro calote de dívida externa.

Depois de 16 de março, mais 359 milhões de dólares devem ser pagos no dia 31 deste mês relativo a um bônus 2030. O primeiro pagamento de principal está previsto para 4 de abril, quando vence um título de 2 bilhões de dólares.

SEM SWIFT

Em teoria, a Rússia tem amplas reservas para cobrir dívidas. Na prática, o congelamento de ativos reduziu o que o banco central tem disponível para os pagamentos.

CONFIRA TAMBÉM: China agradece sanções da UE, bancos russos recorrem aos Cips

Em segundo lugar, executar os pagamentos será mais complicado após sanções limitarem o acesso de Moscou ao sistema de pagamentos global Swift. E, por fim, o congelamento de ativos prejudica a habilidade da Rússia de defender a sua moeda, aumentando o custo da dívida externa.

© Reuters. Notas de rublos registradas em Varsóvia
07/11/2014
REUTERS/Kacper Pempel

“Congelar reservas cambiais pode enfraquecer bastante o rublo e aumentar os temores de um calote para soberanos e corporativos”, disse Dirk Willer, diretor de macro, alocação de ativos e estratégia de mercados emergentes no Citi em Nova York.

O banco central e o ministério das Finanças não responderam ao pedido da Reuters por um comentário sobre a possibilidade de calote.

(Reportagem de Karin Strohecker, reportagem adicional de Davide Barbuscia em Nova York)

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.