Jerusalém, 8 jun (EFE).- O movimento islamita Hamas, que governa
em Gaza, demonstrou disposição em aceitar a presença de inspetores
da União Europeia (UE) no litoral da faixa e na fronteira com o
Egito.
"Hamas estudará qualquer ideia que acabe com o bloqueio imposto
pela ocupação israelense à Faixa de Gaza, incluindo o envio de
inspetores europeus para vigiar o mar de Gaza e criar um corredor
marítimo seguro entre Gaza e o resto do mundo", afirmou o porta-voz
do Governo islamita, Fawzi Barhoum, em comunicado.
Foi dessa forma que o Hamas respondeu à proposta do ministro de
Relações Exteriores francês, Bernard Kouchner, que países europeus
supervisionem a chegada pelo mar de ajuda humanitária à faixa
palestina.
Barhoum disse que o movimento islamita "não se opõe à presença de
forças internacionais (nas águas de Gaza) com a condição de que não
haja interferência israelense".
O porta-voz assinalou que "os palestinos devem ter soberania
completa sobre suas águas" e têm direito de terem o próprio porto.
Também se mostrou partidário do retorno de observadores europeus
ao posto de Rafah, que entre 2005 e 2007 operou uma missão europeia
de observação.
Gael Riviere, porta-voz dessa missão, assinalou à Agência Efe que
a missão precisa para entrar em funcionamento de um acordo entre
Israel e a Autoridade Nacional Palestina (ANP).
Em 31 de maio, uma embarcação de bandeira turca foi atacada em
águas internacionais quando seguia com ajuda humanitária para Gaza,
na qual nove ativistas turcos foram mortos por soldados israelenses.
Esse incidente aumentou a pressão internacional para permitir a
chegada de ajuda ao enclave palestino.
O titular de Assuntos Exteriores espanhol, Miguel Ángel
Moratinos, se mostrou favorável que o Quarteto de Oriente Médio
(formado pelos EUA, UE, ONU e Rússia) tome a frente na iniciativa de
levantar o bloqueio a Gaza, imposto por Israel em junho de 2006. EFE