Budapeste, 5 jun (EFE).- O novo Governo da Hungria, formado pelo
conservador partido Fidesz, tentou hoje tranquilizar os mercados com
uma mensagem em que assegurou que a situação econômica do país está
"estabilizada".
"As declarações anteriores (sobre uma possível quebra) são
exageradas", manifestou em entrevista coletiva o chefe do gabinete
do Governo húngaro, Mihaly Varga, responsável pela comissão
encarregada de investigar o estado atual da economia da Hungria.
A possibilidade de uma nova crise orçamentária no país causou
grande nervosismo ontem nos mercados, com fortes baixas nas bolsas,
especialmente na Espanha.
Varga acusou o Governo anterior, do economista independente
Gordon Bajnai, de ter mentido sobre a situação das contas públicas.
"Existem grandes diferenças entre a realidade e o publicado pelo
anterior Governo", disse o secretário de Estado húngaro.
Os dados diferem nas receitas de impostos, nas despesas do setor
público e nas despesas efetuadas com empresas de transporte, como a
companhia aérea Malev.
Será precisar determinar "quem são os responsáveis" pela
publicação dos números manipulados, acrescentou.
Em todo caso, a capacidade de financiamento da dívida pública
húngara "não está em dúvida" e o Governo mantém a intenção de
cumprir o objetivo de um déficit público de 3,8% do Produto Interno
Bruto (PIB) neste ano, disse Varga.
Para que a meta seja cumprida "é preciso realizar profundas
mudanças e logo", afirmou o representante do Governo húngaro, cuja
economia é uma das mais afetadas pela atual crise.
Fontes do Governo húngaro advertiram ontem sobre a possibilidade
de que o déficit fiscal subisse neste ano para 7,5% do PIB.
Em outubro de 2008, após o início da crise financeira
internacional, a Hungria recebeu um empréstimo de 20 bilhões de
euros do Fundo Monetário Internacional (FMI), da União Europeia (UE)
e do Banco Mundial (BM) para salvar o país da falência. EFE