Rio de Janeiro, 7 jul (EFE).- O Índice de Preços ao Consumidor
Amplo (IPCA), indicador de inflação, não registrou variação em
junho, como informou hoje o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE).
A taxa de inflação de 0% em junho contrasta com o índice de 0,36%
no mesmo mês de 2009 e com 0,43% de maio passado.
O resultado não era tão favorável desde junho de 2006, quando o
Brasil registrou deflação de 0,21%.
A estabilidade dos preços em junho permitiu que a inflação
acumulada nos primeiros seis meses do ano permanecesse em 3,09%,
ainda acima dos 2,57% medido no primeiro semestre do ano passado.
A inflação anualizada foi de 4,84%, praticamente igual aos 4,80%
medido entre julho de 2008 e junho de 2009.
Os números são compatíveis com a meta de inflação de 4,50%
imposta pelo Governo para o ano, embora essa meta tenha uma margem
de tolerância de dois pontos.
Em maio, quando o índice anualizado era de 5,22%, o próprio Banco
Central admitiu que seria difícil fechar 2010 com a inflação dentro
da meta.
Brasil registrou em 2009 uma inflação de 4,31%, número
ligeiramente inferior à meta de 4,5%.
Apesar do resultado propício de junho, os preços tiveram nos
primeiros cinco meses deste ano uma elevação superior à do ano
passado.
Os preços foram pressionados pelo crescimento da demanda interna,
com o consumo das famílias, aumentando a taxas de 9% trimestral, e o
esgotamento da capacidade instalada da indústria para atender essa
demanda.
O temor de que uma forte alta da inflação pudesse comprometer a
meta inflacionária levou o Banco Central a elevar a taxa básica de
juro em 1,5 pontos percentuais nos últimos dois encontros, para
10,25% anual.
Segundo o IBGE, a redução da inflação em junho foi causada
principalmente pela queda de 0,90% dos preços dos alimentos.
O preço dos produtos não alimentícios, por sua vez, subiu 0,27%
em junho.
O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias
com rendimento monetário de um a 40 salários mínimos e abrange nove
regiões metropolitanas do país, além do município de Goiânia e de
Brasília. EFE