Rio de Janeiro, 7 mai (EFE).- A inflação acumulada nos primeiros
quatro meses do ano somou 2,65%, muito acima da taxa de 1,72% medida
no mesmo período do ano passado, informou hoje o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A elevação dos preços entre janeiro e abril já é pouco mais da
metade da registrada em todo o ano passado (4,31%), enquanto a taxa
anualizada bateu em 5,26%, igualmente acima da medida entre maio de
2008 e abril de 2009 (5,17%), segundo o IBGE.
A taxa acumulada até abril ameaça o cumprimento da meta de 4,5%
definida pelo Governo para 2010. O número oficial, no entanto,
permite uma margem de oscilação de dois pontos percentuais para cima
ou para baixo.
O aumento da inflação registrado nos últimos meses no Brasil
prosseguiu em abril, quando o índice foi de 0,57%, mais do que o
medido no mesmo mês do ano passado (0,48%) e do medido em março
deste ano (0,52%).
A inflação não era tão elevada em um mês de abril desde 2005,
quando foi de 0,87%.
A preocupação com a escalada dos preços obrigou o Banco Central
(BC) a anunciar na semana passada uma elevação de 0,75 ponto
percentual na taxa básica de juros, até 9,5% ao ano. A elevação dos
juros em abril foi a primeira em 19 meses.
Segundo o IBGE, apesar de os preços de produtos e serviços terem
registrado uma desaceleração em abril, o índice do mês subiu devido
a um reajuste nos remédios, ao lançamento das novas coleções de moda
e ao fim do desconto fiscal que o Governo estava oferecendo aos
compradores de automóveis.
Os preços dos alimentos subiram 1,45% em abril, um pouco abaixo
do aumento de 1,55% em março, mas já acumulam uma elevação de 5,19%
em 2010.
O reajuste médio de 4,6% nos preços dos alimentos autorizado pelo
Governo em 31 de março foi responsável por 0,06 ponto percentual de
toda a inflação registrada em abril.
O índice oficial de inflação calcula a variação dos preços nas 11
maiores cidades do país para as famílias que ganham entre um e 40
salários mínimos. EFE