Bruxelas, 30 jun (EFE).- Os países da zona do euro tiveram em
junho seu primeiro registro negativo de inflação, ao acumular uma
queda nos últimos 12 meses de 0,1%, segundo o primeiro cálculo
divulgado hoje pelo escritório estatístico do bloco, o Eurostat.
Uma baixa anualizada nunca tinha sido registrada desde o início
do Índice de Preços ao Consumidor Harmonizado (IPCA) da União
Européia (UE), em 1997.
Em maio, a inflação anualizada nos países que compartilham a
moeda única já tinha marcado um mínimo histórico de 0%.
No conjunto da área do euro, os índices de consumo passaram de
uma alta de 4% (em junho de 2008) para uma queda de 0,1%, em um ano.
Informações detalhadas sobre a evolução dos índices serão
divulgadas no dia 15 de julho. No entanto, a moderação da inflação
na região parece se dever, principalmente, à queda no preço do
petróleo, à fraqueza da atividade e do consumo.
Há um ano, o barril do Brent estava cotado a US$ 133,74, quase o
dobro dos US$ 69,15 deste mês.
A Irlanda, uma das economias europeias mais atingidas pela crise
econômica, sofreu uma queda mais forte, de 1,7%, seguido de Portugal
(1,2%), Espanha e Luxemburgo (0,9%), França (0,3%) e Bélgica (0,2%).
Na Alemanha, a economia mais forte do bloco, os índices de
consumo mantiveram-se estáveis entre maio de 2008 e maio de 2009.
Apesar da tendência cada vez mais generalizada, tanto o Banco
Central Europeu (BCE), quanto a Comissão Europeia descartaram que a
zona do euro entre em deflação.
As duas instituições já previam que, ao longo deste ano, como
consequência direta da baixa do petróleo e da crise, taxas negativas
de inflação seriam registradas, mas insistiram que isso não
resultaria em uma deflação - que acontece quando os preços caem de
maneira contínua e provocam uma contração da demanda, diante da
perspectiva de novas reduções de preços.
Para o conjunto do ano, Bruxelas prevê uma inflação de 0,4%. Já o
BCE espera um índice entre 0,1% e 0,5%. EFE