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Inundações arrasam agricultura, o motor da economia paquistanesa

Publicado 13.08.2010, 14:32

Igor G. Barbero.

Islamabad, 13 ago (EFE).- As águas do rio Indo e seus afluentes inundaram grandes extensões de cultivo no Paquistão, especialmente no Punjab, considerado o "celeiro" do país, colocando assim em jogo o sustento de vida de milhões de afetados, que começaram o Ramadã mais difícil de suas vidas.

"Toda a faixa do Indo, de Chashma a Guddu, está sofrendo graves inundações neste momento. A situação continuará assim pelo menos por dois ou três dias", afirmou hoje à Agência Efe um porta-voz da Autoridade Nacional de Gestão de Desastres, Ahmad Kamal.

Esta faixa, que atravessa totalmente a província oriental de Punjab, inclui muitos dos distritos que fazem parte do conhecido como "cinturão agrário" do Paquistão, onde o setor representa 23,3% do PIB e proporciona cerca de 42% do emprego, segundo dados oficiais.

Os dados das autoridades são claros: as águas já alagaram em torno de 135 mil quilômetros quadrados, 16,8% do território, dos quais a ONU estima que mais de um milhão de hectares sejam terrenos de cultivo, enquanto fontes oficiais paquistanesas elevam o número para entre 4,8 milhões e 6 milhões.

"As inundações destruíram colheitas de algodão, arroz, cana-de-açúcar e tabaco no valor de bilhões de rúpias", lamentou o ministro de Alimentação e Agricultura, Nazar Mohammed Gondal, citado hoje pelos meios de imprensa paquistanesas.

Algumas estimativas já falam de até US$ 3 bilhões de perdas, embora por enquanto não haja uma avaliação consolidada, pois o nível das águas continua sendo elevado em amplas regiões.

Como se fosse pouco, o setor criador de gado também é um dos grandes afetados por uma catástrofe na qual muitos habitantes estão se vendo obrigados a abandonar seus animais para salvar suas próprias vidas.

De acordo com a ONU, pelo menos 14 mil cabeças de gado - nove vezes mais que seres humanos - pereceram até o momento nas piores inundações dos últimos 80 anos no Paquistão, embora o dado seja só a ponta do iceberg, pois fontes do setor asseguram que o número poderia ser inclusive de 100 mil.

"A magnitude é tremenda, não vi em minha vida um desastre deste estilo", declarou hoje em entrevista coletiva o secretário-geral da Cruz Vermelha, Bekele Geleta.

Geleta pediu à comunidade internacional para doar mais fundos para poder assistir cerca de seis dos 14 milhões de afetados que requerem de ajuda urgente, como comida, cobertores e remédios.

Desabrigados começaram ontem com muita disciplina o que talvez seja o mês sagrado do Ramadã mais difícil de suas vidas, como pôde comprovar a Efe durante uma visita recente às regiões do desastre.

No entanto, alguns clérigos, como o mufti Munibur Rehman, declararam que nestes tempos de crise não é necessário cumprir com todo rigor com o jejum durante as horas de sol, uma tradição que poderá ser recuperada mais adiante.

Em tempos de crise sempre surgem mentes ávidas, dispostas a fazer negócio embora seja a custa das penúrias dos demais.

"A fúria da natureza e a avareza do homem se combinaram para dar um golpe duplo, com preços exagerados nos alimentos que acrescentam problemas ao sofrimento do povo durante o mês de jejum", diz um editorial publicado hoje pelo jornal paquistanês "Dawn", o mais influente em língua inglesa.

O jornal fez um apelo ao Governo para fixar preços máximos em produtos básicos, como legumes e açúcar, que estão experimentando uma alta inflação.

As autoridades asseguram que há reservas de trigo suficientes - um superávit de dois milhões de toneladas e outro milhão em reservas de emergência - para enfrentar os meses que virão.

A comunidade humanitária, com a ONU à frente, alertou que os próximos três meses serão especialmente difíceis.

O organismo multilateral conseguiu distribuir porções de comida a 382 mil pessoas na província noroeste de Khyber Pakhtunkhwa, a primeira que foi castigada por águas que causaram estragos do norte ao sul do país.

Nos próximos dez dias, as agências da ONU pretendem chegar a dois milhões de pessoas com sua assistência alimentar, e alcançar progressivamente os seis milhões que a necessitam para sobreviver à catástrofe. EFE

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