Miami, 4 jan (EFE).- As relações comerciais entre América Latina e China tenderão a subir progressivamente porque uma parte precisa da outra: a China necessita de todo tipo de matéria-prima e os latino-americanos do abundante capital chinês.
A "América Latina é a última fronteira para a China e tanto as trocas comerciais como os investimentos diretos aumentarão de forma notável", afirmou nesta terça-feira em Miami Erik Bethel, diretor da empresa SinoLatin Capital, ao apresentar um estudo sobre as relações comerciais entre ambas as partes.
Após uma queda na troca comercial em 2009 em relação ao ano anterior pelo efeito da crise econômica geral, Bethel estima que os números de exportações e importações de 2010 se aproximarão outra vez dos US$ 142 bilhões de 2008.
"A China já se transformou no principal parceiro comercial de vários países latino-americanos e esta tendência seguirá aumentando", afirmou Bethel, que fala mandarim e vive em Xangai há cinco anos.
O Chile é o país com maior percentagem de exportações dirigidas à China, 18%, enquanto as do Peru são 14,7% e as de Argentina e Brasil, 13%.
A maior parte das exportações latino-americanas são matérias-primas que as empresas do país asiático tanto necessitam para prosseguir com sua robusta taxa de crescimento econômico.
"As necessidades dos chineses e da América Latina são complementares. Os chineses precisam de matérias-primas (cobre, petróleo, alumínio, prata, Zinco, soja, etc) e os latino-americanos de grandes capitais para favorecer o crescimento", disse Bethel.
Os investimentos diretos chineses na América Latina subiram até 2009 para US$ 9,1 bilhões, muito menos que os US$ 41 bilhões na África e os US$ 25 bilhões na Europa.
Bethel considera que os investimentos subirão porque os chineses entendem as vantagens da segurança jurídica dos países latino-americanos, das normas trabalhistas e de meio ambiente, algo totalmente diferente ao que ocorre na África.
"As empresas chinesas compreendem que seus investimentos têm que estar acompanhados de uma série de ajudas em infraestrutura e respeito de políticas sociais, o que ajudará a fortalecer os vínculos comerciais", assinalou Bethel. EFE