Por Stephen Eisenhammer
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O comitê organizador dos Jogos Olímpicos de 2016 vai cortar gastos para evitar um estouro de cerca de 10 por cento no orçamento de 7,4 bilhões de reais, informou a entidade nesta terça-feira.
Em uma revisão final antes do início dos Jogos do Rio de Janeiro daqui a 10 meses, alguns departamentos foram solicitados a reduzir os custos de determinados projetos em até 30 por cento.
"Precisamos organizar os Jogos para que sejam economicamente sustentáveis. Não há mais espaço para gastos excessivos", disse o diretor de comunicação do Comitê Rio 2016, Mario Andrada, a jornalistas.
O orçamento do comitê organizador é financiado pela iniciativa privada e a venda de ingressos e produtos licenciados, mas um eventual déficit teria de ser coberto pelo governo, o que representaria um problema adicional em um momento de ajuste das contas públicas.
"Estamos ajustando coisas pequenas: impressões, estruturas de bastidores, estruturas que não são necessárias ao campo de jogo", disse Andrada.
O corte de gastos também pode ocorrer por meio de uma redução no número de voluntários e com aproveitamento de alguns deles tanto na Olimpíada como na Paralimpíada, o que reduziria custos de alimentação, uniformes e transporte.
A análise do corte de gastos deve ser concluída na próxima semana. Sem os cortes, o comitê estava caminhando para exceder o orçamento em cerca de 10 por cento, segundo Andrada.
"Nesse tipo de organização você naturalmente acumula gordura", disse ele. "Nós estamos tentando identificar essa gordura."
A construção de instalações esportivas e de infraestrutura e os gastos com segurança e fornecimento temporário de energia são cobertos por orçamentos públicos e não saem dos cofres do comitê organizador dos Jogos Olímpicos.
Na soma de todos os gastos, o custo total dos Jogos do Rio está estimado em 38 bilhões de reais.